E o cumprimento de padrões internacionais ambientais é essencial para mobilizar financiamento para o projeto da futura Hidroelétrica de Mpanda Nkua, no centro de Moçambique, orçada em 4,5 mil milhões de euros, disse hoje o responsável pelo empreendimento.

 

“Se nós não obedecermos a isso [às exigências ambientais], mais difícil será o financiamento”, disse aos jornalistas o diretor do gabinete do Projeto da Hidroelétrica de Mpanda Nkua, Carlos Yum.

 

Carlos Yum falava à margem das reuniões de primavera do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que decorrem em Washington.

 

“Hoje em dia, essas instituições financeiras internacionais, sejam multilaterais ou comerciais, têm a obrigação de, no seu balanço, estarem bem visíveis estas preocupações sociais e ambientais”, avançou Yum.

 

Referindo-se ao facto de a futura Hidroelétrica de Mpanda Nkua ter como base a fonte hídrica, o responsável assinalou que o peso daquele recurso na transição energética também torna atrativo o financiamento do empreendimento.

 

Carlos Yum defendeu que o projeto tem também compromissos com a componente social, nomeadamente o reassentamento das populações dentro da lei, e a boa governança.

 

“Isso é parte do nosso ADN e quanto melhor cumprirmos estas premissas, melhor é a qualidade de financiamento”, enfatizou Yum.

 

O projeto, prosseguiu, está estruturado de forma credível para mobilizar os recursos necessários ao seu desenvolvimento.

 

O empreendimento vai levar cinco anos a ser construído e prevê-se que comece a operar em 2031.

 

Será composto por uma central hidroelétrica com capacidade de produção de 1.500 megawatts e por uma linha de transporte de alta tensão com 1.350 a 1.400 quilómetros, que vai sair de Tete, no centro de Moçambique, até Maputo, sul.

 

Em dezembro último, o Governo moçambicano e um consórcio liderado pela Eletricidade de França (EDF) assinaram acordos para a implementação do Projeto Hidroelétrico de Mphanda Nkua.

 

Além da EDF, o consórcio internacional é constituído pela petrolífera francesa TotalEnergies e pela japonesa Sumitomo Corporation, detendo conjuntamente 70% da hidroelétrica.

 

Em representação do Estado moçambicano, a Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB) e a Eletricidade de Moçambique (EDM) detêm os restantes 30%.

 

Com a entrada em funcionamento de Mpanda Nkua, a HCB continuará a ser a maior do país, com capacidade de produção atual de 2.075 MW.

 

Com Mpanda Nkua em operação, o Governo moçambicano espera garantir a segurança energética para as necessidades domésticas e colocar o país como polo regional no fornecimento deste recurso. (Lusa)

Fonte: Carta de Moçambique

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