A intenção de destruir o aeroporto de Chingodzi, em Tete, para dar lugar à exploração do carvão mineral, que se supõe existir no subsolo daquela infra-estrutura, está descontinuada porque a empresa que pretendia explorar o carvão no local não deu seguimento ao assunto. Quem o diz é o Porta-voz da empresa Aeroportos de Moçambique, Saíde Júnior.

 

Em meados de 2014, lembre-se, o então Ministro dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse, veio a público garantir que, até 2023, aquele aeroporto localizado na cidade de Tete seria transferido para outro lugar, para permitir a exploração do carvão mineral que se acredita jazer naquele local.

 

Conforme relatou o jornal “Notícias”, para a efectivação da transferência do aeroporto, em 2010, o Governo e a empresa Rio Tinto firmaram um memorando para estudo e identificação de outro local.

 

Ainda no mesmo ano, o grupo anglo-australiano que detinha importantes concessões mineiras assinou um memorando de entendimento com a empresa Aeroportos de Moçambique para aferir, em estudos, as quantidades de carvão mineral existentes no local.

 

A conclusão, de acordo com o “NewsAvia”, foi de que debaixo do aeroporto de Chingodzi existe uma das maiores reservas de carvão mineral e que a área de exploração deveria ser alargada, facto que culminaria com a demolição e transferência do aeroporto.

 

Entretanto, volvidos quase sete anos, após o anúncio do então Ministro Muthisse, o Porta-voz e também Administrador Financeiro da empresa Aeroportos de Moçambique diz, em entrevista à “Carta” que, por enquanto, a intenção de transferir o aeroporto foi descontinuada.

 

“Infelizmente o debate ficou descontinuado. Após entregar-se os estudos, a empresa interessada pela exploração do carvão no local não deu prosseguimento ao assunto. Entretanto, a empresa Aeroportos de Moçambique está pelo desenvolvimento. Quer dizer, se por ventura houver necessidade de transferir-se o aeroporto, a empresa terá que concordar”, afirmou Júnior.

 

O aeroporto de Tete tem, desde 2010, capacidade para receber tráfego regional, na sequência de um investimento para a separação do tráfego doméstico e regional, assim como criação de espaços para os serviços das alfândegas, migração e saúde. Com o investimento, a capacidade do aeroporto passou de 70 mil para 200 mil passageiros anuais. (Evaristo Chilingue)

Fonte: Carta de Moçambique

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