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A Sasol e os parceiros do Consórcio do Projecto de Gás Natural de Pande e Temane, no norte de Inhambane, nomeadamente, a Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) e a International Finance Corporation (IFC), foram penalizados no ano passado, pelo incumprimento da obrigação de disponibilização de gás adequadamente encomendado aos clientes, principalmente a África do Sul, que é o maior consumidor. Em causa está a escassez de gás natural nos reservatórios de Pande e Temane, bem como avarias grossas na Central de Processamento (CP) instalada em Temane.   

 

O volume total de vendas do Consórcio, no ano económico de 2022 (que parte de Julho de 2021 a Junho de 2022) foi de 174.27 Milhões de Gigajoules (MGJ) contra 179.35 MGJ vendidos em igual período do ano anterior. Os números revelam uma redução, no ano em análise, de 2.83% em relação ao período anterior de 2021. As encomendas para África do Sul reduziram de 155.13 MGJ em 2021, para 149.99 em 2022, um decréscimo em 5.14 MGJ de gás natural. 

 

Dados disponíveis no Relatório e Contas da CMH referente ao ano económico de 2022 não apontam a pena aplicada ao Consórcio, mas explicam que a redução das quantidades todas de vendas, mas principalmente, em relação às encomendas realizadas por parte da compradora Sasol Gás (e canalizadas para África do Sul) deveram-se ao facto da Central de Processamento ter sofrido vários problemas operacionais em unidades-chave.

 

Além disso, a fonte refere problemas de “limitação do fornecimento de gás a partir dos campos de produção, devido aos problemas de capacidade de fornecimento de gás causados pelo reinício da campanha de perfuração, face às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, que também contribuíram para menores volumes totais de vendas em algum período do ano”.

 

Durante o período em apreço, a nossa fonte refere que actividades de manutenção foram levadas a cabo para minimizar as avarias no equipamento de produção, com o objectivo de reduzir paragens de produção na central, mas houve várias avarias de equipamento e paragens de produção, que resultaram em perdas de produção na CP. 

 

Todavia, para reverter os referidos problemas, o Consórcio tem estado a desenvolver o Programa de Extensão do Plateau e Optimização da Produção (PEDOP) com o objectivo de recuperar quantidades de gás adicionais, permitindo a contínua produção de gás com pressões necessárias para satisfazer os contratos existentes de fornecimento de gás durante a sua vigência, conforme aprovado no plano de desenvolvimento. 

 

De acordo com o Relatório e Contas da CMH de 2022, o Consórcio está actualmente na fase de selecção e avaliação económica das diferentes opções que podem viabilizar a execução do projecto PEDOP. 

 

São parceiros do Consórcio (JO – Joint Operation) do Projecto de Gás Natural de Pande e Temane, a Sasol Petroleum Temane (SPT), operadora dos campos de gás de Pande e Temane, entidade moçambicana subsidiária da sul-africana Sasol Exploration and Production International (SEPI), com participação de 70%. A CMH, braço empresarial do Estado, conta com participação de 25%, e o International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial, com participação de 5%. (Evaristo Chilingue) 

Fonte: Carta de Moçambique

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