O Poeta e Activista de Direitos Humanos, Custódio Duma considerou, na mesa literária realizada pelo Centro Cultural Brasil-Moçambique, hoje, que a sociedade moçambicana ainda mostra dificuldades em aceitar críticas.

Para Duma existe uma ala conservadora que não aceita o cunho crítico dos seus poemas e que por isso, a crítica meso sendo construtiva é tida como algo negativo, e alguns sectores não se identificam com seus textos e preferem distanciar-se.

“Essa ala conservadora, rejeita mais a minha poesia, porque em algum momento é crítica a algumas situações da governação” referiu Duma, acrescentando que não tem nada contra isso porque as suas obras são suscetíveis de serem apreciadas de forma positiva assim como não.

Ainda neste contexto, Duma falou dos seus dois livros, dos quais destacou a “estrada sem asfalto”, onde o autor mostra uma ligação que as pessoas têm com a terra, o autor sustenta que quando pisamos a terra temos um maior contacto com a realidade local, e explica também que algumas pessoas que caminham pela “estrada sem asfalto” não conhecem e nem conseguem fazer valer os seus direitos de cidadania.

O autor diz que o livro é uma crítica e chama-nos a uma reflexão e mudança de mentalidade.

Quando questiona se considera-se um poeta na sua plenitude, Duma respondeu dizendo que não se considera um poeta, justificando que os verdadeiros poetas desligam-se da sociedade e escrevem assuntos interessantes como se não vivessem naquela sociedade.

“Os verdadeiros poetas comtemplam coisas inimagináveis, há poesias que leio e fico admiro com a maneira como o poeta escreve, eu não sou esse poeta, não consigo chegar a esse nível”, reiterou Duma.

Acrescentando “a minha tentativa de poesia é um impulso, nos meus textos agrego sentimentos que eu mesmo vivo com outros cidadãos, daquele que eu almejo se alguém vier e disser que eu não faço poesia, eu aceito porque eu admiro os que fazem a poesia verdadeira e espero chegar a esse nível um dia”.

Custódio, afirma ainda que não conhece o seu verdadeiro público, prefere pensar num público mais diversificado porque conhece pessoas singulares e colectivas que apreciam as suas obras e debatem junto dele em alguns saraus culturais realizados por alguns pontos na cidade de Maputo, mas não saberia segmentar esse público.

Custódia Duma, realça que as pessoas que leem textos poéticos e não só, despertam em si a consciencialização, acrescenta que há necessidade de ler textos dessa natureza, porque também libertam a mente de quem os lê.

“O poema de consciencialização, o acesso à informação contribuem para o despertar do cidadão, através das artes podemos melhorar a cidadania”.

Custódio Duma, jurista, activista dos direitos humanos, com uma veia literária já conhecida, tendo publicado uma obra de poesia intitulada “Estrada Sem Asfalto (2013), abordou o tema LEITURA E CIDADANIA, visando reflectir a literatura como um direito e o papel da leitura literária na formação do homem como um actor social.

 

 

Fonte:O País

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