Renamo chama de geringonça programas agrícolas do Governo

A problemática da agricultura dominou o segundo dia da sessão de informações do Governo à Assembleia da República. A informação sobre este sector foi solicitada pela Renamo, mas a apresentação do ministro da Agricultura e Segurança Alimentar não convenceu a oposição. Nas perguntas de insistência, os deputados da Renamo denunciaram o fraco investimento no sector, sobretudo através do Orçamento do Estado. Alfredo Magumisse, o mais interventivo deputado da Renamo nesta sessão, fez questão de enumerar os programas e planos agrários implementados no país, afirmando que todos “fracassaram”.

O deputado comparou o governo a uma “geringonça”, um calão usado para designar uma coisa mal feita ou um processo complexo. Aliás, a palavra geringonça é usada no Parlamento português pela oposição para rotular o governo da coligação liderada pelo Partido Socialista. Por isso, os deputados da Frelimo acusaram Magumisse de plágio e defenderam que a “verdadeira geringonça era a Renamo”. “A geringonça significa o senhor (Magumisse) receber ordens do seu líder (Afonso Dhlakama) para não tomar posse como deputado, mas, na calada de noite, vir tomar aqui”, retribuiu o deputado da bancada maioritária, Emídio Xavier.

A confusão instalou-se e, do nada, o Parlamento transformou-se naquilo a que os deputados designaram geringonça. Troca de acusações com direito a ovações. Sem grande surpresa, os membros do Conselho de Ministros assistiram ao espectáculo gratuito e a disciplina partidária obrigava-os a replicar os aplausos da bancada da Frelimo.

Sem direito à palavra, por terem esgotado o seu tempo, os deputados do MDM viraram actores do cinema mudo. 

José Pacheco reage às críticas

O ministro da Agricultura e Segurança Alimentar não concorda com as críticas da oposição. diz que o sector está a crescer e contribui com 23 por cento para o Produto Interno Bruto. José Pacheco acrescenta que, além de exportar açúcar, banana, algodão, castanha de caju, feijão bóer, gergelim e macadâmia, Moçambique é auto-suficiente em milho, mandioca, feijões e produz 90 por cento do frango que consome. “De tanto falarem, até confundem os nossos programas de desenvolvimento sustentável com o que designaram geringonça. Mas, no fim do dia, consomem produtos da geringonça”, ironizou Pacheco.


 

Fonte: O Pais -Politica

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