Começam a ser implementadas, a partir de hoje, as novas orientações deixadas pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, na passada sexta-feira, com vista ao combate do novo coronavírus, pandemia que eclodiu na República da China, em Dezembro passado e que já infectou mais de 300 mil pessoas e matou 13 mil, sendo que 96 mil são tidas como recuperadas.

 

Como resultado, a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) anunciou, este sábado, o cancelamento, a partir desta segunda-feira, de todos os comboios de transporte de passageiros de longo curso com destino a Ressano Garcia (Moamba, província de Maputo), Goba (Namaacha, província de Maputo) e Chicualacuala (Gaza), no sistema ferroviário sul e para Moatize (Tete) e Marromeu (Sofala), no sistema ferroviário centro.

 

No comunicado, assinado pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa, Miguel José Matabel, os CFM garantem que irão ainda operar os comboios urbanos com destino a Matola-Gare, Moamba, Boane e Marracuene, na região sul; e Dondo, na região centro do país. Entretanto, afirma a fonte, os comboios deverão circular com uma lotação máxima de 50 passageiros por cada carruagem e não de 100, como tem sido habitual, “podendo vir a alterar em função do desenvolvimento do assunto”.

 

“Para o efeito, nestas rotas, iremos aumentar o número de carruagens, bem como, caso a demanda justifique, incrementaremos, igualmente, o número de carreiras em cada rota”, refere o comunicado, sublinhando a necessidade de os utentes colaborarem para a implementação destas “medidas emergenciais”.

 

À “Carta”, o Director de Comunicação e Imagem dos CFM, Adélio Dias, explicou que o cancelamento dos comboios de longo curso visa prover maior número de carruagens aos utentes das carreiras urbanas que, na sua maioria, viajam diariamente naqueles comboios com destino aos seus postos de trabalho.

 

A fonte explicou que, antes mesmo da tomada desta medida, a empresa já vinha registando a redução de número de passageiros, tendo passado dos 17 mil para 13 mil passageiros diários.

 

AMTM “reduz” lotação dos autocarros

 

Medida similar foi tomada pela Agência Metropolitana de Transporte de Maputo (AMTM), que também irá reduzir, a partir de hoje, a lotação máxima dos seus autocarros para um máximo de 50 passageiros.

 

Segundo o PCA da AMTM, António Matos, a medida visa reduzir o risco de propagação do novo coronavírus no país e, para a correcta implementação, foram criadas brigadas móveis (que irão circular de viaturas em todas as rotas abrangidas pela Agência) e fixas (a nível dos terminais) que farão a fiscalização da lotação dos autocarros.

 

Reconhecendo ser difícil controlar a lotação dos autocarros, devido à falta de meios electrónicos, Matos diz acreditar no bom senso dos passageiros, assim como dos motoristas, cobradores e fiscais dos autocarros, para além da informação que será fornecida pelas brigadas criadas para o efeito.

 

A fonte garantiu ainda que as cooperativas e as empresas municipais irão desinfectar os autocarros (vidros, portas, corrimões, assentos e outras áreas de fácil acesso dos passageiros) na base do álcool, em todos os terminais de passageiros, antes do embarque dos passageiros (a cada viagem).

 

Para que não haja problemas de transporte, Matos explicou que a AMTM irá colocar toda a frota de transportes no terreno para que ninguém atrase os seus compromissos. Os transportes públicos de passageiros, frise-se, são apontados como os mais vulneráveis para a propagação do Covid-19, no país, tendo em conta as condições em que os cidadãos são transportados no seu dia-a-dia.

 

Lembre-se que, a partir de hoje, os estabelecimentos de ensino (primário, secundário, superior e técnico-profissional) público e privado estarão encerrados até ao próximo dia 23 de Abril para minimizar o risco de propagação da pandemia. (Carta)

Fonte: Carta de Moçambique

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