A COMMONWEALTH está preocupada com a prevalência de casamentos prematuros no seu seio, facto que mereceu menção no discurso de abertura, ontem em Londres, da XXV Cimeira dos Chefes e de Governo da organização, proferido pela rainha de Inglaterra, Elizabeth II.

O encontro reúne os líderes ou representantes de 53 países-membros, entre os quais o Presidente da República, Filipe Nyusi, que se encontra na capital britânica desde terça-feira, tendo realizado vários encontros políticos e económicos com autoridades e outras individualidades britânicas. 

Os casamentos prematuros constituem preocupação em Moçambique, o que levou o Governo a dedicar especial atenção à sua erradicação.

Numa sessão marcada por discursos de abertura, a secretária-geral da Commonwealth, Patricia Scotland, também atacou a ocorrência dos casamentos prematuros em alguns países.

Por sua vez, a primeira-ministra britânica, Theresa May, avançou que 36 países dos 53 Estados-membros da Commonwealth ainda criminalizam as relações homossexuais com base nas leis do antigo império britânico. May disse que as leis impostas em tempos pelo seu próprio país eram erradas na altura e continuam erradas hoje.

Entretanto, a rainha Elisabeth II deseja que o seu filho, o Príncipe Carlos, seja o próximo líder da organização, argumentando ser sua vontade sincera que a Commonwealth continue a oferecer estabilidade e continuidade para as futuras gerações, ao optar por Carlos para prosseguir com o trabalho iniciado em 1949 pelo pai dela.

A rainha de Inglaterra, com 91 anos, reconhece que a sua idade já não ajuda para dirigir a Commonwealth com muita energia e prepara os líderes da organização para aceitarem a liderança do Príncipe de Gales, o seu filho primogénito.

A Commonwealth foi fundada em 1949 pelo pai da actual rainha, na altura com apenas oito países-membros. Hoje são 53, perfazendo 2,4 mil milhões de habitantes, incluindo os cerca de 28 milhões de moçambicanos.

Esta é a segunda cimeira da Commonwealth em que o Presidente Filipe Nyusi participa na qualidade de Chefe do Estado.

Moçambique, antiga colónia portuguesa, juntou-se ao grupo das ex-colónias britânicas na década de 1990, por razões sócio-culturais motivadas pela localização geográfica, em que tem vizinhos anglófonos.

Hoje, Filipe Nyusi participa num retiro de chefes de Estado e de Governo da Commonwealth, que terá lugar no Windsor Castle, a 36 quilómetros de Londres.

Na quarta-feira, o Presidente reuniu-se com o secretário de estado britânico para o Comércio Internacional, Liam Fox, com quem discutiu oportunidades em Moçambique para investimentos do Reino Unido.

Liam Fox falou sobre o UK Export Finance, uma facilidade criada para apoiar as exportações por parte de empresas britânicas, iniciativa para a qual o Reino Unido tem disponível um fundo de garantia de 20 biliões de libras esterlinas.

Este apoio vai facilitar ao sector privado moçambicano que queira importar bens e serviços do Reino Unido.  Nenhum montante deste fundo está consignado nem a Moçambique nem a qualquer outro país. As empresas britânicas devem, nos termos estabelecidos, candidatar-se para acederem ao fundo.

Fonte:Jornal Notícias

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