O Conselho do Banco Africano de Desenvolvimento aprovou mais de mil milhões de dólares para o plano de produção alimentar de emergência. Os fundos são concedidos para mitigar a subida dos preços dos alimentos e a inflação causada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, as alterações climáticas e a pandemia da COVID-19.
A primeira ronda de aprovações faz parte da Facilidade Africana de Produção de Alimentos de Emergência do Banco Africano de Desenvolvimento, no valor de 1,5 mil milhões de dólares, criada em Maio para aumentar a segurança alimentar, nutrição e resistência em todo o continente.
O valor disponibilizado pelo BAD fornecerá a cerca de 20 milhões de pequenos agricultores africanos sementes certificadas e um maior acesso a fertilizantes agrícolas. Apoiará, igualmente, a governação e a reforma política, que se espera que venha encorajar um maior investimento no sector agrícola em África.
A Facilidade Africana de Produção Alimentar de Emergência permitirá aos agricultores africanos produzir 38 milhões de toneladas adicionais de alimentos ao longo dos próximos dois anos. Trata-se de alimentos com um valor estimado de 12 mil milhões de dólares.
Até 15 de Julho, o conselho de administração do grupo bancário tinha aprovado um total de 1,13 mil milhões de dólares em financiamento misto para programas da Facilidade de Emergência dirigidos a 24 países: oito países na África Ocidental, cinco na África Oriental, seis na África Austral, quatro na África Central e um no Norte de África.
“Estes programas fornecerão sementes necessárias e adaptadas ao clima, acesso a fertilizantes a preços acessíveis e introduzirão reformas políticas para permitir ao sector agrícola fornecer soluções imediatas, a médio e longo prazos para os desafios enfrentados nos países-membros regionais”, refere o BAD.
A Facilidade Africana de Produção Alimentar de Emergência está a conceber programas para responder a pedidos de mais países do continente.
A Facilidade concentra-se em culturas básicas que muitas nações africanas importam em grande parte da Rússia e da Ucrânia. No entanto, a guerra entre esses dois países deixou o continente africano confrontado com um défice de pelo menos 30 milhões de toneladas de alimentos.
A implementação bem-sucedida do mecanismo irá fornecer 38 milhões de toneladas de alimentos, excedendo a quantidade importada da Rússia e da Ucrânia. Através desta facilidade, os agricultores africanos produzirão, aproximadamente, 11 milhões de toneladas de trigo, 18 milhões de toneladas de milho, seis milhões de toneladas de arroz e 2,5 milhões de toneladas de soja.
O programa vai basear-se no sucesso da plataforma Tecnologias para a Transformação Agrícola Africana do Banco. Lançada em 2019, a plataforma forneceu variedades de sementes de trigo tolerantes ao calor a 1,8 milhões de agricultores, em sete países, e aumentou a produção de trigo em 2,7 milhões de toneladas, avaliadas em 840 milhões de dólares.
Fonte:O País