Subiu para nove o número de vítimas mortais nos primeiros doze dias na província da Zambézia em consequências das chuvas intensas e descargas eléctricas.

Dados apurados pela nossa Reportagem durante a II Reunião do Conselho Técnico de Emergência realizada ontem em Quelimane indicam que as duas últimas mortes ocorreram no distrito da Maganja da Costa, devido ao desabamento de paredes de casas onde moravam.

 Entretanto, a chuva que caiu de sábado para ontem no distrito de Alto Molócuè, norte da Zambézia, deixou submersa a ponte sobre o rio Molócuè, cortando a comunicação entre a zona administrativa e comercial e provocando a erosão de solos nas principais estradas para o interior do distrito.

A directora-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Augusta Maita, disse ontem, em Quelimane, que a prioridade é salvar vidas para evitar a repetição do que aconteceu em 2015 na bacia de Licungo, em que mais de 147 pessoas perderam a vida devido às cheias e inundações. Augusta Maita disse ainda que retoma hoje na cidade de Mocuba a operação de retirada compulsiva das famílias que estão nas zonas de risco na bacia de Licungo, nomeadamente bairros Alto Lugela, Marmanelo e CFM.

 A directora-geral do INGC trabalhou sábado último no distrito de Mocuba para se inteirar do reassentamento das primeiras famílias retiradas compulsivamente. Segundo ela, a operação de retirada compulsiva, que envolveu as autoridades policiais em finais de Dezembro, foi mal interpretada por alguns sectores da sociedade, mas o objectivo do Governo visava salvar vidas humanas e criar condições de habitabilidade nas áreas de reassentamento.

Falando durante a II Reunião de Conselho Técnico de Emergência a nível da Zambézia, Augusta Maita mostrou-se preocupada com as deficientes condições de saneamento nas zonas de reassentamento em Mocuba, Maganja da Costa e Namacurra. Com efeito, orientou o Conselho Técnico de Emergência para agir o mais rápido possível visando reforçar as lajes para a construção de latrinas nos bairros de reassentamento, por forma a melhorar as condições de saneamento.

De acordo ainda com Maita, apesar de a situação de emergência ser geral, a prioridade neste momento vai para a bacia de Licungo, que banha os distritos de Mocuba, Lugela, Namacurra e Maganja da Costa. Estão em risco na região ribeirinha mais de nove mil pessoas e neste momento apenas foram retiradas 1200 famílias, algumas das quais saíram voluntariamente.

“Está a haver uma consciência e as pessoas começam a compreender que precisam de proteger as suas vidas”, disse Augusta Maita

Entretanto, as chuvas e descargas elétricas afectaram o sistema eléctrico e as redes de abastecimento de água nas vilas da Maganja da Costa e Pebane. Por exemplo, no município da Maganja da Costa doze bombas do sistema recentemente inaugurado estão inoperacionais. Dados em nosso poder indicam ainda que o trânsito rodoviário começa a ficar condicionado em alguns distritos, a exemplo dos troços Naueila/Guruè, Gilé/Alto Ligonha, Maganja da Costa/Cariua, Derre/Alto Benfica e Uape/Intulo-Gilé. 

Na cidade de Mocuba choveu na madrugada de sábado, o que originou a queda de quatro postes, afectando o abastecimento de energia nalguns bairros. Uma equipa de técnicos da EDM esteve desde ontem nas zonas afectadas para reposição dos postes a fim de restabelecer a energia.

Uma informação prestada na reunião pelo Instituto Nacional de Meteorologia em Quelimane indica que há uma tendência de as bacias hidrométricas baixarem de caudal, mas alerta para a necessidade de aumentar a vigilância porquanto continuará a chover na região norte da Zambézia.

(Jocas Achar)

    Fonte:Jornal Notícias

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