Nicolás Maduro

“Os recentes acontecimentos aumentaram ainda mais as tensões na Venezuela. A União Europeia rejeita qualquer forma de violência e espera que seja realizada uma investigação exaustiva e transparente sobre o ataque com ‘drones’ (aparelhos aéreos não tripulados) do passado sábado de forma a esclarecer os factos”, afirmou o Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), num comunicado.Na mesma nota informativa, o serviço diplomático realçou que o bloco comunitário “espera o reconhecimento dos poderes constitucionais da Assembleia Nacional (Parlamento, de maioria opositora)”, incluindo o pleno respeito das prerrogativas inerentes ao órgão, como o respeito da imunidade parlamentar dos seus membros “em conformidade com os direitos, a legislação e os procedimentos constitucionais estabelecidos”.”A UE reitera o seu apoio a uma solução negociada, democrática e pacífica para as múltiplas crises que afetam o país como o único caminho a seguir”, reiterou a diplomacia europeia.No sábado passado, duas explosões, que as autoridades de Caracas dizem ter sido provocadas por dois ‘drones’, obrigaram o Presidente da Venezuela a abandonar rapidamente uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).A cerimónia, que decorria na Avenida Bolívar de Caracas, estava a ser transmitido em simultâneo pelas rádios e televisões venezuelanas e no momento em que Nicolás Maduro anunciou que tinha chegado a hora da recuperação económica ouviu-se uma das explosões.Sete militares ficaram feridos nas explosões. As autoridades venezuelanas identificaram até à data 25 indivíduos suspeitos de envolvimento no ataque, incluindo deputados opositores da Assembleia Nacional.Na passada quarta-feira, a Assembleia Nacional Constituinte venezuelana, composta apenas por apoiantes do regime oficial de Caracas e não reconhecida internacionalmente, levantou, por unanimidade, a imunidade de dois deputados opositores (Júlio Borges e Juan Requesens) acusados de atentarem contra Maduro.Informações divulgadas hoje de madrugada indicaram que a Assembleia Nacional aprovou uma declaração em que considera nula a decisão de levantar a imunidade dos deputados Júlio Borges e Juan Requesens.A tomada de posição decorreu numa sessão parlamentar em que estiveram presentes vários diplomatas de países da União Europeia e também da Colômbia, Chile, Argentina, Peru, Japão, Paraguai e do Canadá.A Colômbia tem estado no centro das acusações do regime venezuelano. Poucos dias após os acontecimentos, a Venezuela emitiu um comunicado em que responsabilizava o Governo de Bogotá por qualquer “nova agressão” contra Maduro.O comunicado foi divulgado depois do Presidente Maduro ter acusado directamente o seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, de envolvimento no ataque, acusações que as autoridades de Bogotá rejeitaram.A Venezuela, país que conta com uma importante comunidade portuguesa, atravessa uma grave crise económica, social e humanitária que já obrigou milhares de pessoas a fugirem daquele território, atravessando as fronteiras em direcção ao Brasil e à Colômbia.

Fonte : Folha de Maputo

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *