O Secretário dos Assuntos Legais da ZANU-PF, Paul Mangwana, defendeu esta segunda-feira (30), em Harare, que o seu antigo presidente, Robert Gabriel Mugabe, se expulsou ao declarar no domingo que não ia votar no candidato do partido nas eleições harmonizadas de ontem (30 de Julho) no Zimbabwe.
Numa entrevista exclusiva ao “Notícias”, Mangwana disse que Mugabe tinha apenas um voto sem qualquer impacto na contagem geral. Recordou, no entanto, que ele tinha sido o presidente do partido e que os restantes membros apreciavam o seu trabalho, mas estavam bastante desapontados com a sua postura por ser alguém com uma história muita rica.
“Ele decidiu ontem (domingo) destruir o seu próprio legado. Mas nós, a ZANU-PF, já passamos por isso e sabemos como lidar com essas situações. O nosso partido foi formado e liderado por Ndabaningue Sithole que decidiu abandonar durante a luta de libertação, mas o partido continuou com essa luta. Agora, Mugabe também decidiu abandonar, aceitamos o seu direito democrático de fazê-lo, contudo o partido vai continuar”, assegurou Mangwana.
A uma pergunta se a ZANU-PF ia tomar alguma posição do ponto de vista legal em resposta ao posicionamento do seu antigo líder, Mangwana explicou que “ele se pronunciou a dizer que não vai apoiar a ZANU-PF, por conseguinte auto-expulsou. Nós vamos escrever uma carta formal para ele. Mas quando você diz por si próprio que não vai apoiar o candidato do partido não há nada a fazer. Ele expulsou-se”, reafirmou o membro sénior da ZANU-PF.
Esperamos ganhar com 70 por cento
Entretanto, convidado a comentar as eleições desta segunda-feira, Paul Mangwana congratulou-se pelo facto de terem sido pacíficas e sem quaisquer incidentes.
“As pessoas votaram em paz e expressaram livremente a sua vontade”, acrescentou.
Sobre os resultados, afirmou que o seu partido espera uma vitória de mais de 70 por cento em função dos dados que o seu partido está a recolher a partir dos vários pontos do país que acolheram o pleito.
Interrogado acerca da eventualidade de tal não acontecer, Mangwana respondeu que o seu partido vai aceitar porque as regras do exercício democrático assim determinam.
Eliseu Bento, em Harare
Fonte:Jornal Notícias