O Partido Renamo voltou a negar o seu envolvimento nos ataques armados contra alvos civis nas províncias de Manica e Sofala, desafiando as autoridades governamentais a criarem uma comissão de inquérito para investigar a autoria destas ocorrências.

O presidente do partido, Ossufo Momade, sugeriu que tal comissão pode ser composta por várias sensibilidades nacionais e estrangeiras para, no terreno, averiguar a origem dos ataques e identificar os seus autores.

Os ataques ocorrem principalmente na Estrada Nacional Número Um (EN1), que liga o Norte e o Sul, e a Estrada Nacional Número Seis (EN6), que estabelece a ligação rodoviária entre a cidade da Beira e o Zimbabwe, bem como outros países do interior da África Austral.

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) têm responsabilizado a autoria destes ataques, que ocorrem desde Agosto último, à auto-proclamada junta militar da Renamo liderada por Mariano Nhongo, dissidente desta formação política.

Ossufo Momade insistiu que a Renamo se distancia destas incursões, por ser um partido comprometido com o cumprimento e implementação do Acordo de Paz e Reconciliação de Maputo, assinado a 6 de Agosto de 2019.

“Reiteramos que as forças residuais da Renamo aguardam serenamente nas bases e sob comando do nosso Estado Maior-General o desfecho do processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração”, insistiu o presidente da Renamo.

Acrescentou que o grupo que semeia terror no Centro do país, perpetuando ataques a alvos civis, não está sob o comando do Estado Maior-General de Renamo e não tendo a logística da sua formação política, não pode agir em nome deste partido.

“Qualquer acto praticado por aquele grupo é da sua inteira responsabilidade e dos seus mandantes, por isso não tem nada a ver com a Renamo, partido que dirijo”, garantiu.

Entretanto, o líder da auto-proclamada junta militar da Renamo, Mariano Nhongo, disse à imprensa que os ataques, no Centro do país, só vão cessar se o Governo deixar de reconhecer Ossufo Momade como legítimo representante da Renamo, incluindo no processo DDR.

Recentemente, o Ministro do Interior, Basílio Monteiro, anunciou o reforço de medidas de segurança em Manica e Sofala, que incluem o reforço do policiamento e escoltas militares em algumas rodovias.

    Fonte:Jornal Notícias

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