O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apelou a todos os países signatários do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas a honrarem os seus compromissos. Segundo Nyusi, que discursava, sexta-feira, na Sessão Plenária da Cimeira das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, COP 28, que decorre no Dubai, “pois esta é a primeira COP desde o acordo de Paris a fazer um balanço da situação global em termos da mitigação das alterações climáticas, aproveitamos a oportunidade para instar as partes a honrarem os seus compromissos de apoiar os países que contribuem pouco para as emissões de gases com efeito de estufa, mas que têm recursos internos limitados para financiar a acção climática.”

 

Instou as diversas instituições governamentais e não-governamentais a aumentarem o financiamento para a investigação e inovação tecnológica porque “com o conhecimento científico, as comunidades devem saber a melhor forma de se adaptarem às alterações climáticas”.

 

“Adiar hoje a acção climática é contribuir para a destruição irreversível do nosso planeta e da humanidade”, alertou Nyusi. O Presidente convidou também parceiros privados e públicos a juntarem-se ao governo moçambicano na iniciativa para a gestão sustentável e integrada da floresta de miombo, um dos ecossistemas mais importantes da África Subsaariana.

 

“As alterações climáticas são uma das ameaças à floresta de miombo, um ecossistema rico em biodiversidade”, disse, anunciando que o país está a agendar uma conferência internacional para o próximo ano para discutir a situação da floresta de miombo, “e assim dar o nosso contributo para sequestro de carbono.”  

 

Num outro desenvolvimento, Nyusi explicou que Moçambique tem sido ciclicamente afectado por tempestades causadas pelas alterações climáticas, que resultam em mortes e na destruição de infra-estruturas económicas, sociais e produtivas. “Neste contexto, apoiamos iniciativas de financiamento inovadoras, como a conversão da dívida para a acção climática e o acesso ao financiamento concessional para os países em desenvolvimento”, disse. Disse que Moçambique aderiu à iniciativa do mercado africano de carbono e começou a traçar um plano para activar um mercado de carbono.

 

“Estamos em negociações com alguns países para assinar um acordo para vender os resultados da redução de emissões”, disse Nyusi, acrescentando que “Moçambique tem um grande potencial para gerar créditos de carbono, especialmente nos sectores florestal, agrícola, energias renováveis e economia azul. Em 2018 foi o primeiro país a beneficiar da certificação de 1,9 milhões de créditos de carbono.”

 

“Em termos de utilização de energias renováveis para a produção de electricidade, em Moçambique cerca de 70 por cento da energia produzida provém de fontes hidroeléctricas, 14 por cento do gás natural e 16 por cento de outras fontes, especialmente da energia solar”, sublinhou. (AIM)

 

 

Fonte: Carta de Moçambique

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