Mia Couto olha a justiça e não gosta

O escritor Mia Couto diz que continua a perceção de que a justiça moçambicana não é de confiança no seio dos cidadãos. A distância do cidadão, a morosidade e a não solução dos casos considerados quentes segundo o escritor podem estar por detrás desta perceção.

Mia Coutou teve sala cheia no auditório do Bci em Maputo para apresentar o seu olhar sobre a justiça Moçambicana. Bem a sua maneira o escritor socorreu-se de metáforas para traduzir aquilo que é a sua perceção da maioria dos cidadãos sobre a matéria. Falou primeiro do futebol para ilustrar o quanto eram celeres e transparentes as sentenças dos árbitros, apesar de nem sempre agradarem a todos.

Mia Couto  queria com o exemplo ilustrar o quanto seria desejável que os cidadaos entendessem as decisões e a linguagem dos juízes para o bem da imagem do juiz na sociedade.Na ótica de mia Couto a justiça continua quase inalcançável e imperceptivel para a maioria dos pacatos cidadaos.Depois o  escritor citou o resultado de um estudo efetuado em 1990, efectuado por magistrados, governantes e outros entendidos na matéria sobre a justiça no continente africano,  cujas conclusões , segundo o escritor ainda caracterizam a justiça no moçambique de hoje.

E para ilustrar este facto, Mia Couto recorreu a alguns dos chamados casos quentes cujo desfecho na justiça não foi conhecido pelos cidadãos ou foi no mínimo suspeito.Comecou por citar o caso de mais de uma tonelada de marfim apreendida em 2016, e que levou a detenção de varias pessoas no vietname, que era o destino final  da mercadoria mas que em Mocambique os nicos detidos foram os  agentes da policia que roubaram o marfim que estava a sua guarda, dando a sensação de que o dono do marfim mandou prender os agentes que roubaram ‘’o seu marfim’’

A palestra que teve notas de abertura do presidente da associação moçambicana de juízes e moderação da vice ministra do Interior Helena Kida foi assistida por várias personalidades do sector da administração da justiça e vários outros convidados.

 

Fonte:O País

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