Ainda não se sabe quando e a que horas iniciará a intervenção militar da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) no combate aos ataques terroristas, que semeiam terror, luto e dor em alguns distritos da província de Cabo Delgado. Sabe-se apenas que, a qualquer momento, as forças da SADC irão palmilhar os cantos da província de Cabo Delgado.

 

Esta quinta-feira, 15 de Julho, inicia a contagem dos três meses em que a missão irá durar no país, de acordo com o documento endereçado pelo Secretariado da SADC ao Secretário-Geral das Nações Unidas.

 

Segundo a publicação zimbabueana “ZIM NEWS”, as forças da SADC deviam ter iniciado as suas operações na passada quarta-feira, mas “alguns empecilhos de última hora” viram Moçambique atrasar a assinatura do acordo de “Status das Forças” com o bloco regional.

 

No total, 3.000 homens provenientes de 15 países (dos 16 que compõem a organização, incluindo Moçambique) são esperados na província de Cabo Delgado para juntarem-se às Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas e à tropa ruandesa (constituída por 880 militares e 120 polícias), que desembarcou na última sexta-feira.

 

A intervenção militar da SADC, lembre-se, foi aprovada no passado dia 23 de Junho, na Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e do Governo da região, que teve lugar em Maputo.

 

Denominada “Força em Estado de Alerta”, a missão tem como objectivo apoiar Moçambique no combate aos actos de terrorismo e à violência extremista. A mesma está orçada em 12 milhões de USD.

 

De acordo com o Secretariado da SADC, a missão da “Força em Estado de Alerta” terá uma duração de três meses, porém, o prazo de duração da missão poderá ser prorrogado em função da evolução da situação no terreno.

 

Segundo a proposta da Missão Técnica da SADC, a Força do bloco regional será constituída por 1.860 militares de três batalhões de infantaria ligeira, 140 de duas unidades de forças especiais e 120 de uma equipa de comunicações e 100 homens para as unidades de engenharia militar e logística cada.

 

Para além dos 3.000 homens, refira-se, a Missão Técnica da SADC propôs também o envio, para Moçambique, de dois navios de patrulha, um submarino, um avião de vigilância marítima, seis helicópteros, dois drones e quatro aviões de transporte. No entanto, ainda não está claro se a missão será chefiada pela África do Sul ou pelo Zimbabwe.

 

Falando na última terça-feira, na província de Sofala, na visita que efectuou a uma unidade das FDS em Nhamatanda, o Presidente da República disse que as missões da SADC e do Ruanda chegam, neste momento, porque “tinha de ser agora”, pois, “tínhamos de nos organizar para recebe-los e os outros tinham de se organizar para vir”.

 

“O terrorismo é um problema global. Se há uma coisa para a qual quase todos os países se unem para combater é o terrorismo”, reafirmou o Chefe de Estado, sublinhando que o interesse do Ruanda e da SADC é haver “paz no mundo e desenvolvimento na região”.

 

Sublinhe-se que desde Outubro de 2017 que a província de Cabo Delgado está a braços com os ataques terroristas, que já mataram mais de três mil pessoas e provocaram mais de 900 mil deslocados. Os distritos de Mocímboa da Praia, Palma, Muidumbe, Macomia e Quissanga são os mais afectados, sendo que a violência extrema atingiu também os distritos do Ibo, Nangade, Meluco e Mueda. (Carta)

Fonte: Carta de Moçambique

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *