O Governo  tenciona reduzir ainda mais a taxa de mortalidade materna e neonatal até 2023, bem assim traçar estratégias para melhorar a saúde das mulheres e das crianças no país.
Segundo dados do Inquérito Demográfico de Saúde 2011 (IDS), actualmente, o rácio de mortalidade materna é de 408 por 100 mil nados vivos.
O Governo pretende que até 2023 o número possa reduzir para 272 por 100 mil nados vivos.
Os dados foram revelados ontem, em Maputo, pela directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Cuco, durante a cerimónia de lançamento da Campanha de Aceleração dos Progressos na Saúde da Mulher e do Recém-nascido.
Rosa Cuco disse que a mortalidade materna em Moçambique vem reduzindo com intervenções do governo no sector, tendo, por via disso, reduzido de 54 para 30 por 1.000 nados vivos.
“A mortalidade materna em Moçambique foi reduzida com intervenções concretas, tendo-se atingido o rácio de 408 por 100 mil nados vivos, que permanece inalterada desde 2003 (IDS 2003 e 2011) e a mortalidade neonatal reduziu de 54 para 30 por 1.000 nascidos vivos entre1997 e 2011 (IDS)”.
Rosa Cuco afirmou que a campanha tem como objectivo fortalecer intervenções intra e multi-sectoriais em prol de acções mais integradas visando acelerar os progressos na melhoria da Saúde da Mulher e do Recém-nascido, reforçar a capacidade do serviço nacional de saúde para promover e oferecer serviços de saúde materno-infantil de qualidade, bem como a redução de injustiças.
“Com o trabalho em equipa podemos fazer grandes progressos sem deixar ninguém sem acesso a cuidados de saúde de qualidade e de acordo com as suas reais necessidades”, afirmou.
Por sua vez, a Representante da Organização Mundial da Saúde, Djamila Cabral, disse que entre 1990 e 2015 registou-se um progresso significativo na redução da mortalidade materna e na sobrevivência infantil, embora tenha sido lenta a redução da mortalidade neonatal.
“A mortalidade materna reduziu para metade ao nível mundial, mas, no entanto, continua ainda alta. Mais de 800 mulheres morrem a cada dia devido a causas evitáveis relacionadas com a gravidez ou parto. Destas, mais de 550 ocorrem na África Subsahariana de que Moçambique faz parte”, disse Djamila.
A fonte lamenta o facto de em Moçambique mais de metade das raparigas menores engravidarem antes dos 18 anos, aumentando o risco de complicações e morte ligadas à gravidez. 
“É inaceitável que ainda hoje morram mulheres num momento tão nobre e bonito como no de dar a vida a um filho”, lamentou.
A nível mundial, por ano morre um total de 2.5 milhões de bebés durante o seu primeiro mês de vida, significando perto de 7 mil mortes diárias, das quais 1 milhão ocorrem na África Subsahariana.
“No nosso entendimento, a insuficiente capacidade do sistema de saúde para oferecer cuidados de saúde de qualidade durante a gravidez, o parto, o pós-parto e a fraca atenção ao recém-nascido constituem desafios mais importantes que temos que enfrentar para acelerar os progressos na redução da morbi-mortalidade materna e neonatal ”, acrescentou.
A cerimónia de lançamento da campanha de aceleração dos progressos na saúde da mulher e do recém-nascido foi dirigida pela Esposa do Presidente da Republica de Moçambique, Isaura Nyusi, um evento de três dias que decorre sob o lema “Todos pela Vida da Mãe e do Recém-Nascido”.

    Fonte:Jornal Notícias

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