O ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, disse ontem, em Maputo, que o país “é um bom pagador” de dívida, não obstante o incumprimento no reembolso de títulos de dívida externa.
“O nosso país é um bom pagador de dívida. Cerca de 87% da nossa dívida é com credores bilaterais e multilaterais e nós estamos a pagar”, referiu, à margem de um fórum de investimento promovido pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
De acordo com o governante, a parte remanescente, cerca 17%, está a ser negociada “para pagar e as razões já foram sobejamente explicadas”.
Para Adriano Maleiane, Moçambique é um país para investir e um lugar onde não há problemas.
“Nós trabalhamos para pagar”, sublinhou.
O ministro da Economia e Finanças, citado pela agência lusa, reiterou ontem que tudo está a correr conforme o programado nas negociações com os credores de títulos da dívida.
“Esperamos que até ao fim do ano tenhamos soluções”, referindo que “as negociações têm de terminar e não vejo motivos para que não haja entendimentos”, disse.
De referir que o comité da dívida, que junta credores da dívida soberana, propôs, no início de Agosto, ao governo moçambicano, o pagamento de 200 milhões de dólares até 2023 e a partir daí entregar o restante em função das receitas fiscais dos projectos de gás natural – com arranque de produção previsto para 2022.
Segundo fonte ligada às negociações, que falou à Lusa, a proposta que o comité dos credores entregou ao ministro das Finanças, prevê que o governo adie o pagamento do valor correspondente a 80% do serviço da dívida, até à maturidade dos títulos, em 2023.
A proposta dos credores mantém a exigência do pagamento total da dívida pública emitida, mas alarga o respectivo prazo.
O comité da dívida é composto por um grupo de credores que diz representar mais de 70% do total da dívida soberana de 727,5 milhões de dólares, emitida em 2016 no seguimento da reconversão dos títulos obrigacionistas emitidos pela empresa Ematum, com garantia estatal.
Fonte:Jornal Notícias