OS jornalistas do matutino “Notícias” elegeram o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, como o gestor do ano prestes a findar.

Na verdade, em 2019, sob liderança de Zandamela, o Banco de Moçambique implementou reformas e medidas que culimaram com o reforço da estabilidade macroeconómica e do sistema financeiro, num contexto interno e internacional adversos.

Basta recordar que o país registou, este ano, uma redução da oferta de bens e serviços resultante dos ciclones tropicais Idai e Kenneth, pela instabilidade militar nas regiões norte e centro do país e pelas incertezas decorrentes da realização de eleições gerais.

A nível internacional, também ocorreram factores com potencial impacto negativo na economia nacional, levando o Banco de Moçambique a adoptar medidas que minimizassem os seus efeitos.

Por exemplo, há a destacar o agravamento das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos da América, os conflitos geopolíticos bem como o impasse prolongado nas discussões sobre a retirada do Reino Unido da União Europeia, factores que afectaram negativamente os preços das mercadorias e o padrão do comércio mundial.

Para contrariar o impacto das ameaças negativas à nível interno, a equipa liderada por Rogério Zandamela reduziu a taxa de juro de política monetária por duas vezes, passando de 14,25 por cento, no início do ano, para os actuais 12,75 por cento.

Adicionalmente, restringiu a proporção dos depósitos em moeda nacional que os bancos comerciais são obrigados a manter no Banco de Moçambique por motivos precaucionais, de 14 para 13 por cento.

Entretanto, perante o agravamento dos riscos externos e visando conferir maior peso ao metical, a mesma equipa incrementou  a proporção dos depósitos em moeda estrangeira que os bancos são obrigados a manter no Banco de Moçambique, de 27 para 36 por cento. 

Com o objectivo de fortalecer ainda mais o uso da moeda nacional e proteger os cidadãos de potenciais perdas cambiais, Rogério Zandamela decidiu que o Banco Central deveria reforçar a proibição de pagamentos em moeda estrangeira nas transacções domésticas, para além de ter estabelecido novos critérios para a movimentação das contas em moeda estrangeira.

Também deu indicações claras sob a necessidade do Banco Central implementar e aprofundar reformas dentro da instituição, destacando  a introdução de normativos que impedem a entrada no banco de familiares directos, até ao quinto grau, de gestores a partir do nível de director.

Há ainda a destacar o facto de a equipa liderada pelo governador Zandamela, atenta ao impacto negativo das actividades criminosas na economia nacional, ter sancionado algumas instituições financeiras que operam no país por incumprimento das Leis de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais, Financiamento ao Terrorismo e da Lei das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras.

    Fonte:Jornal Notícias

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