Instituto Superior Politécnico de Gaza (ISPG) está a desenvolver um adubo bio amigável que reduzirá os custos de produção de arroz

O projecto foi apresentado ontem, durante o oitavo seminário dos projectos financiados pelo Fundo Nacional de Investigação que decorre em Maputo. O uso de adubo inorgânico em excesso pode empobrecer o solo e mudar drasticamente a sua composição química. Com vista a reduzir o uso do adubo inorgânico, o Instituto Superior Politécnico de Gaza está a desenvolver algumas pesquisas com a azolla, uma alga usada como adubo que minimiza o impacto negativo ao meio ambiente. “Ao reduzir o uso do adubo inorgânico, poderemos preservar os componentes do solo, visto que ao fazer aplicações com insumos químicos, diminuímos a presença de organismos vivos e oxigénio, o que por sua vez prejudica o solo e expõe os agricultores a contaminações “, explicou Francisco Alberto Amela do Instituto Superior Politécnico de Gaza.  Além de evitar a degradação do solo, pretende-se com o uso da azolla reduzir os custos da produção do arroz em Chókwè, província de Gaza. “Vamos tentar reduzir o uso do adubo inorgânico, que representam mais um custo aos agricultores, em geral, e particularmente para os produtores de baixa renda. Iremos ensinar os produtores a melhorar o desempenho agrário e a gestão de água”, disse a fonte. Com esta medida, a província poderá ultrapassar um dos principais impasses na produção desta cultura que é a falta de sistemas de irrigação. Dados do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA) demonstram que o país possui um DÉFICE nacional de arroz. Moçambique produz anualmente apenas 240 a 260 mil toneladas e consome no mesmo período 600 a 625 mil toneladas, tendo como solução para o abastecimento do mercado interno as importações. A vantagem desse tipo de adubo é que, como eles se apresentam na forma iónica, seus nutrientes são absorvidos pelas plantas com maior facilidade e o resultado é mais rápido. É por isso que muitos ambientalistas defendem o uso dos adubos orgânicos, dizendo que eles não causam nenhum risco ambiental. Porém, os que defendem os adubos inorgânicos dizem que os orgânicos só são viáveis para pequenas lavouras e que podem contaminar o solo, se houver agentes infecciosos nas fezes dos animais. Uma saída, nesse último caso, é usar somente restos vegetais para produzir o adubo orgânico. Mas uma boa maneira de se compensar os efeitos negativos de cada método de adubação é conhecer bem as propriedades do solo. O oitavo seminário dos projectos financiados pelo Fundo Nacional de Investigação termina esta sexta-feira. Durante o evento, serão avaliados mais de 20 projectos financiados pelo Fundo.

Fonte: O Pais -Economia

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