A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) considera que as mais-valias resultantes da venda das acções da ENI à Exxon Mobil no projecto de exploração de gás natural liquefeito na Bacia do Rovuma terão um efeito multiplicador na economia nacional.

O governo moçambicano anunciou, no início desta semana, o fecho do negócio da cedência de 35,7 dos 70 por cento das acções que a Eni East Africa (ENI) detém no projecto de gás natural na Área-4 do Bloco do Rovuma à Exxon Mobil.

Em reacção a este anúncio, a CTA afirmou tratar-se de um bom negócio da parte do governo, que espera encaixar pelo menos cerca de 350 milhões de dólares até o fim do presente ano.

“Estamos a falar de mais ou menos 350 milhões de dólares em termos de mais-valias. É um valor necessário e, de certeza, vai ter um efeito multiplicador na economia moçambicana”, disse Florival Mucave, vice-presidente do pelouro dos Recursos Minerais e Hidrocarbonetos, falando a jornalistas em Maputo.

Segundo ele, “é louvável que isto tenha acontecido. A CTA saúda e está muito satisfeita com o facto de este negócio ter sido concluído”.

A CTA também destaca o facto de a ENI ter cedido as acções à ExxonMobil, a maior companhia petrolífera do mundo inteiro.

Os empresários entendem que a ExxonMobil é uma empresa técnica e financeiramente robusta e capaz de resistir facilmente à volatilidade dos preços de gás e petróleo no mercado internacional.

“Portanto, a ExxonMobil é muito bem-vinda. Esperamos, realmente, que haja este efeito multiplicador e que as Pequenas e Médias Empresas (PME) moçambicanas possam, também, beneficiar da sua entrada no mercado moçambicano”, sublinhou a fonte.

Mucave reconhece que a área de exploração de hidrocarbonetos representa um enorme desafio para as PME, no que tange à formação e capacitação, para que possam estar a altura de oferecer serviços e produtos de qualidade.

A CTA estima em cerca de 35 biliões de dólares o valor a ser investido na área de hidrocarbonetos ao longo dos próximos 10 anos, cifra que corresponde ao dobro do Produto Interno Bruto de Moçambique.

“São grandes volumes de capital que vão entrar. São grandes empresas que vão entrar no mercado moçambicano. Não chega que as empresas entrem, é preciso que haja capacitação dos moçambicanos, que as empresas moçambicanas estejam à altura de responder àquilo que são as demandas de uma ExxonMobil, Anadarko, ENI”, considerou.

Assim, cabe à CTA a responsabilidade de capacitar e treinar as PME para que possam colher os benefícios resultantes.

ExxonMobil desembolsou 2,8 biliões de dólares para a aquisição de metade das acções da ENI no consórcio ENI-East Africa.

Assim, a estrutura accionista na Área 4 passa a ter a seguinte composição: ENI 25 por cento, ExxonMobil (25 por cento), CNPC (20), Galp Energia de Portugal (10), Kogas da Coreia (10) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique (10).

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/71290-gas-da-bacia-do-rovuma-sector-privado-enaltece-entrada-da-exxonmobil.html

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