Faltam condições educacionais para autistas moçambicanos

Pelo menos 40 pessoas, entre crianças, homens e adultos juntaram-se, hoje, para pedalar pelas avenidas Mao-Tsé-Tung, Julius Nyerere e Eduardo Mondlane, em Maputo.

A pedalada insere-se nas celebrações do Dia Mundial do Autista, que se celebrou a 1 de Abril. O objectivo da actividade é a consciencialização da sociedade em geral sobre os doentes do autismo, uma doença que se caracteriza essencialmente por auto-isolamento, em que o paciente pode apresentar comportamentos agressivos e ou muito calmos. Situações que podem ser controlados através dos vários tipos de terapia.

Mas é no tratamento terapêutico onde mora um dos maiores problemas enfrentados por autistas. Os encarregados de educação dizem que os preços das terapias são altos. “E é preciso notar que não é só uma terapia. Nós sabemos que eles têm de fazer terapia com música, terapia com animais, terapia da água, terapia ocupacional e outras”, explicou Nélia Macondzo, Presidente da Associação Moçambicana dos Autistas, que é também mãe dum autista.

Outra mãe é Neide Chirinda, cujo filho tem quinze anos de idade e só começou a falar efectivamente com dez anos.

Esta diz que por não ter os valores [altos] cobrados nas terapias, foi uma vez e viu como os profissionais faziam, tendo posteriormente passado a fazer em casa. “Porque eu acho que o maior trabalho deve ser feito em casa pela família porque o levar ao psicólogo três vezes por semana não vai ajudar muito, além de ser muito caro”, explanou.

Outro problema que preocupa os encarregados de educação é a questão da formação dos mesmos que, segundo eles, não tem sido fácil, olhando para as necessidades especiais dos seus educandos. “Nem todos têm capacidade para pagar escolas privadas. E estes que não podem pagar, como é que estas crianças são recebidas e tratadas no ensino público?” Questionou Nélia Macondzo para mais tarde explicar que “nós sabemos as habilidades que os nossos filhos têm, mas como têm comportamentos fora do comum, sequer lhe é dada a oportunidade de explorar essas habilidades”.

Estima-se que no mundo sejam pelo menos 70 milhões autistas, sendo que o maior caso são os Estados Unidos da América, onde uma pessoa em cada 64 é autista.

O continente Africano tem vindo a ter números elevados de autistas, mas, para o caso de Moçambique, por exemplo, os registos são poucos, já que não se pode acusar esta doença nos hospitais moçambicanos.

 

Fonte:O País

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