A exploração ilegal de madeira tem lesado o Estado moçambicano em cerca de USD 200 milhões por ano, um valor significativo para impulsionar o desenvolvimento socioeconómico do país, com particular destaque para as zonas rurais.
Segundo dados avançados esta segunda-feira pelo Ministério da Terra e Ambiente, tal como acontece em todo o mundo, Moçambique ainda enfrenta desafios para a conservação das florestas, estimando-se que os níveis de desmatamento ao nível nacional sejam de 219.000 hectares por ano, onde, entre outras causas, se destacam a agricultura itinerante, expansão urbana, exploração ilegal, mineração e a produção de combustíveis lenhosos. E a exploração ilegal da madeira causa perdas anuais de cerca de USD 200 milhões ao Estado.
De acordo com a mesma fonte, as florestas ocupam cerca de 32 milhões de hectares correspondentes a cerca de 40 por cento da área total do país, dos quais 17,2 milhões de hectares com potencial para a produção de madeira.
O sector florestal conta com 1003 operadores florestais dos quais 225 (22 por cento) são operadores em regime de concessão e 778 (78 por cento) de operadores em regime de licença simples. O sector emprega cerca de 14 mil trabalhadores.
Estes dados foram relevados no âmbito da passagem, hoje (21 de Março), do Dia Internacional das Florestas que, em Moçambique, se celebra sob oes ao Estadoo lema “Restauração da floresta: um caminho para recuperar o bem-estar”.
A data foi consagrada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em 2012, com o objectivo de promover reflexão sobre a importância das florestas para o bem-estar social e sobre a necessidade de manter o equilíbrio natural, através da prevenção da sua degradação.
Como Estado-membro da Organização das Nações Unidas (ONU) e signatário de Protocolos e Convenções Ambientais, este ano, Moçambique junta-se ao movimento planetário, promovendo acções que despertam o interesse dos cidadãos para a conservação e utilização sustentável dos recursos florestais. As florestas abrigam cerca de 80 por cento da biodiversidade terrestre do mundo, com mais de 60.000 espécies de árvores e cerca de 1,6 biliões de pessoas dependem directamente das florestas para alimentação, abrigo, energia, medicamentos, serviços como recreação, turismo entre outros.
Entre as actividades previstas, destacam-se o plantio de árvores, palestras nas escolas e comunidades em todo o território nacional. As florestas são apelidadas de “pulmão do mundo”. Ocupam cerca de 30 por cento da superfície da Terra, sendo responsáveis pela manutenção de condições necessárias para a vida na terra, regulam o clima (precipitação, temperatura e humidade), produzem o oxigénio, armazenam carbono ajudando a mitigar os impactos das mudanças.
Assim, por ocasião desta data especial, em que o mundo reflecte sobre o valor das florestas, o Ministério da Terra e Ambiente exorta os órgãos de governação local, classe empresarial do ramo florestal, parceiros de cooperação, organizações da sociedade civil, comunidades locais, órgãos de comunicação social e a todos os moçambicanos a contribuírem para a conservação e preservação deste importante património natural, através de acções de reflorestamento e plantio de diferentes espécies de árvores; prática de agricultura de conservação; prevenção de queimadas descontroladas e redução dos níveis de desmatamento.
Fonte:O País