O Irão, China e Rússia iniciaram esta sexta-feira exercícios navais conjuntos no Oceano Índico e no Golfo de Omã que se prolongam por quatro dias e visam “demonstrar que o Irão não pode ser isolado”, anunciou a Marinha iraniana.
As manobras realizam-se num período de tensão acrescida no Golfo Pérsico, depois da retirada dos Estados Unidos, em Maio de 2018, do acordo nuclear com o Irão, seguida do restabelecimento das sanções norte-americanas à República Islâmica.
“A mensagem destes exercícios é de paz, amizade e segurança através da cooperação e da unidade […] e o seu efeito será demonstrar que o Irão não pode ser isolado”, afirmou o contra-almirante Gholamreza Tahani à televisão estatal.
O responsável acrescentou que as manobras, em que participam a Marinha iraniana e os Guardas da Revolução, vão incluir o salvamento de navios em chamas ou vítimas de ataques de piratas e exercícios de tiro.
A televisão estatal mostrou imagens de um navio de guerra russo a chegar ao porto de Chabahar (sudeste), indicando que navios chineses estão a caminho e qualificando as Marinhas dos três países de “novo triângulo de poder marítimo”.
“O objectivo destes exercícios reforçar a segurança do comércio marítimo internacional, combater a pirataria e o terrorismo e partilhar informações e experiências”, disse o contra-almirante.
Em Maio de 2019, na sequência da decisão norte-americana, o Irão deixou de cumprir algumas das obrigações impostas pelo acordo de 2015, que limitava o seu programa nuclear em troca do levantamento das sanções económicas.
A desvinculação de algumas das suas obrigações visa pressionar os países europeus, que também são parte do acordo, a ajudar o Irão a contornar as sanções norte-americanas.
Em Junho, uma confrontação militar entre os Estados Unidos e o Irão foi evitada à última hora quando o Presidente norte-americano, Donald Trump, anulou a ordem de ataque que tinha dado depois de o Irão ter abatido um ‘drone’ (avião não-tripulado) norte-americano sobre as águas do Golfo.
A tensão voltou a aumentar a 14 de Setembro, com ataques contra instalações petrolíferas da Arábia Saudita reivindicadas pelos rebeldes ‘Huthis’ do Iémen e que Washington atribuiu a Teerão, que nega o seu envolvimento.
Ao longo dos últimos meses, os Estados Unidos reforçaram o seu contingente no Golfo e lançaram uma coligação marítima com base no Bahrein para proteger a navegação no estreito de Ormuz. (RM-NM)
Fonte:Rádio Moçambique Online