O Académico e economista moçambicano, João Mosca, discorda do Banco de Moçambique (BM), quando afirma que “as operações cambiais decorrem com normalidade e que o sistema financeiro, no geral, continua estável e sólido”. Mosca diz que, pelo contrário, há prejuízos que decorrem dessa suspensão.

 

Em conversa com “Carta”, Mosca explica, em primeiro lugar, que a decisão do Banco de Moçambique de suspender o Standard Bank foi arrogante e incompetente. Arrogante porque, segundo o economista, o Banco de Moçambique não consultou o Governo e muito menos o Ministério da Economia e Finanças.

 

Segundo Mosca, neste caso, o Banco Central foi incompetente porque não foi capaz de monitorizar o problema, para evitar a medida de suspensão do Standard Bank da realização de todas as actividades que envolvam a conversão de moeda estrangeira no mercado cambial, tendo em conta que é o terceiro banco de importância sistémica de Moçambique.

 

Como consequência, em entrevista telefónica, Mosca afirmou haver prejuízos a serem arcados pelo Standard Bank, agentes económicos e clientes em geral. Explicou que as pessoas, agentes económicos, desde exportadores e importadores, só podem ter acesso ao seu dinheiro, através de outros bancos, facto que é moroso e acarreta custos devido a diferenças cambiais entre os bancos.

 

Para o nosso entrevistado, a medida do Banco Central afecta ainda a cooperação de Moçambique e outros países, na medida em que parte considerável de Embaixadas usa o Standard Bank. Apontou ainda a queda de credibilidade do Standard Bank.

 

Refira-se que o Standard Bank comunicou, no último domingo, ter reagido (dentro do prazo de 10 dias) à notificação do Banco de Moçambique sobre os três processos de contravenção que pesam sobre si que ditaram a sua suspensão em todas as actividades de conversão de moeda estrangeira no mercado cambial.

 

Por agora, os olhos estão postos ao Banco de Moçambique, que é a instituição que vai decidir se continua ou não a suspensão do banco em todas as actividades de conversão de moeda estrangeira. (Evaristo Chilingue)

Fonte: Carta de Moçambique

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