O Director da Escola Internacional de Maputo, Lukas Nkuti, é acusado de transformar a instituição num cenário de desespero e desesperança. Sob a tutela do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) e do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC), a escola foi concebida como uma ferramenta de diplomacia e relações internacionais, destinada a filhos de diplomatas, pessoal de organizações internacionais e cooperantes.

 

De acordo com um documento a que “Carta” teve acesso, Lucas Nkuti é acusado de agir de forma arrogante, priorizando os seus interesses em detrimento dos interesses do Estado, apesar das queixas dos professores, pais e encarregados de educação.

 

Segundo o documento, o comportamento autoritário do director atingiu proporções inaceitáveis quando este ordenou a polícia que agredisse funcionários de manutenção, incluindo os colegas Ramandam e William, por alegado furto, no lugar de procurar soluções internas.

 

O documento diz que, para além disso, o director ignora abertamente a hierarquia institucional, humilhando alguns membros da gestão pedagógica e administrativa que discordam das suas acções infundadas.

 

No rol das acusações consta ainda uma clara falta de respeito pela dignidade profissional, com decisões a serem tomadas por ele e por indivíduos da sua confiança que não ocupam cargos administrativos, como Philip Monye e Henry Hlongwane, chegando ao extremo de organizar clandestinamente eventos como o Dia de África, causando embaraço às empresas parceiras.

 

Na carta, lê-se que o director da Escola Internacional de Maputo tem estado a favorecer professores estrangeiros em detrimento dos nacionais, demonstrando uma falta de patriotismo, apesar de ter recebido do Estado a missão de salvaguardar o Património Moçambicano.

 

“A maioria dos professores estrangeiros contratados carece de qualidade e está ilegalmente em Moçambique, sem vistos de trabalho, com contratos assinados há menos de três semanas. Há casos de trabalhadores que ainda não assinaram os seus contratos de trabalho, mas já estão a trabalhar, indicando que o director decide pessoalmente se os seus supostos inimigos ficam ou saem”.

 

Há também relatos dando conta que os professores experientes estão a ser injustamente perseguidos e dispensados sob o pretexto de reestruturação, levantando questões sobre os reais motivos do director.

 

“A má gestão financeira é generalizada, com milhões de fundos escolares gastos em multas devido ao desprezo e desconhecimento do director pelos procedimentos legais. Atrasos salariais e discrepâncias agravam ainda mais a insatisfação dos funcionários, com tratamento preferencial para certos indivíduos que ele contratou”. A denúncia também não poupa outras acusações ao director Lucas Nkuti, como por exemplo, despesas extravagantes em itens não essenciais como cortinas e veículos, incluindo a sobrefacturação, uma vez que ele tem o cartão da escola e faz pessoalmente as compras.

 

Refira-se que Lukas Nkuti já foi Vice-Reitor da Universidade Joaquim Chissano (UJC) e foi exonerado pelo Presidente Filipe Nyusi em Fevereiro do ano passado.

 

Para ouvir a versão do Director da Escola Internacional de Maputo, “Carta” ligou para a Direcção daquele estabelecimento de ensino e, em resposta, fomos aconselhados a abordar a Secretária para marcar uma entrevista. Em contacto com a funcionária, esta cortou as chamadas e pediu que enviássemos uma mensagem a expor a nossa preocupação. Feito isto, e mesmo com muita insistência, manteve-se em silêncio até ao fecho desta matéria. (Carta)

Fonte: Carta de Moçambique

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