DECORREM desde a manhã de ontem operações de busca e salvamento de um universo de 400 pessoas, o equivalente a duas mil famílias, sitiadas na bacia do Búzi, em Sofala e em alguns povoados do interior, na sequência das chuvas intensas que caem naquela região do país.

Falando ao “Notícias”, na Beira, o Secretário Permanente do distrito do Búzi, Sérgio Costa, enalteceu a colaboração da população que, sem qualquer resistência, aceita a retirada para os centros de trânsito criados para o efeito, nomeadamente nas escolas primárias “25 de Setembro” e “3 de Fevereiro” e em parte das instalações da Companhia do Búzi.

A fonte sublinhou que o Governo, através da Unidade Nacional de Protecção Civil (UNAPROC), está a operar com uma frota de nove embarcações, enquanto outras 15 ficam em prontidão, devendo intervir em casos de necessidade.

Ontem, as atenções de resgate estavam viradas para os bairros periféricos da vila do Búzi, concretamente, Mandie-1 e 2, Martinoti, Companhia do Búzi e Muchenessa, para além do posto administrativo de Estaquinha, em Begaja e Quilómetro-37 e ainda Mussinema, Bupira e Bwe, no posto administrativo de Guara-Guara.

Em termos logísticos, apurámos que, numa primeira fase, estão criadas as condições como o aprovisionamento de combustível para as operações de emergência, bens alimentares e não alimentares com vista a garantir a assistência humanitária aos necessitados.

Enquanto isso, segundo Costa, a vila-sede do distrito do Búzi está completamente isolada e sem comunicação rodoviária com o resto do país, devido à intransitabilidade da estrada Tica-Búzi. As águas galgaram a via numa extensão de aproximadamente 500 metros até a ponte sobre o rio Muda, em Nhamatanda.

Também está interrompida a circulação de pessoas e bens entre Bándua e Ampara; Nhamichindo e Gwenjhe, enquanto a estrada Búzi-Nova Sofala está condicionada.

As autoridades administrativas do distrito referem que as cheias na bacia do rio Búzi resultam das intensas chuvas a montante, o que obrigou a descargas nas barragens de Chicamba e Mavuzi, na vizinha província de Manica, para evitar um eventual colapso daqueles empreendimentos geradores de energia eléctrica.  

Fonte:Jornal Notícias

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