Estudantes amotinaram-se em frente ao gabinete de trabalho do governador da Zambézia

Um total de 570 estudantes da Universidade Pedagógica, delegação de Quelimane, não recebem o valor da bolsa de estudo, desde o mês de Setembro de 2016. O valor de 2 500 meticais mensais devia ter começado a ser transferido para os estudantes há cinco meses, entretanto, até ao momento, nada foi transferido para as suas contas.

Sem conseguir explicações a nível da universidade, os estudantes amotinaram-se em frente ao gabinete de trabalho do governador da província da Zambézia. “Estamos preocupados com o dinheiro dos bolseiros, que não entra desde Setembro do ano passado. Fomos ao departamento de Assuntos Sociais da nossa faculdade e eles disseram que não podem resolver. Por isso, viemos ter com o governador, para ver se pode resolver”, disse Elbi de Jesus, estudante bolseira.

A situação é ainda mais constrangedora para os bolseiros que vêm de outros distritos e províncias. Os mesmos dizem que vivem em casas arrendadas e, através do valor em causa, pagam as rendas, alimentação e material de estudo. Por isso, parte deles está neste momento sem lugar para morar, visto que os proprietários das casas por eles arrendadas decidiram trancar as portas, até que as dívidas sejam pagas. Este é o caso de Carlitos Deixa. “Os donos da casa onde eu vivia trancaram a porta e o meu material didáctico está lá dentro, não tenho como levar o material para ir à faculdade”, lamenta.

Entretanto, alegadamente por motivos de agenda, o diálogo com o governador não foi possível. No entanto, um funcionário recebeu três estudantes para exporem o problema e informou-os que tudo será feito para se resolver o assunto.

Na sequência, o nosso jornal contactou o director provincial da economia e finanças na Zambézia, Graciano Francisco, que reconheceu que os valores estavam a demorar, mas disse que estão em curso trabalhos visando aliviar a situação dos estudantes.

Graciano disse que coordenou com a direcção da universidade a utilização do fundo de receitas próprias para pagar apenas um mês e, logo que o governo canalizar os valores, deverá retirar a parte da universidade e depositar o resto nas contas dos estudantes.

Porém, David Mudzenguerere, chefe do departamento dos serviços sociais, explicou que, do lado da universidade, há toda a vontade de satisfazer os estudantes, mas, infelizmente, a universidade não tem dinheiro para o efeito.


Fonte:http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade.html

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