As lutas, que se têm concentrado na zona da localidade de Pauoa, opõem principalmente os ex-rebeldes muçulmanos Seleka, dirigidos pelo general Mahamat Bahar, do Movimento Patriótico para a Centroáfrica, e combatentes da milícia maioritariamente cristã anti-balaka e do movimento Revolução e Justiça.Autoridades locais, citadas pela agência espanhola Efe, dão conta de mais de uma centena de mortos, com dados ainda provisórios.”Desde 02 de Janeiro, militantes Seleka ocupam as localidades de Bétoko, Bédaya, Bémal, Bébora e Gadoulou”, disse à Efe um deputado da cidade de Paoua, Lucien Mbaïgotto.Dado o impacto para os civis e os graves danos materiais, as fontes afirmam que a situação humanitária é alarmante, na região de Ouham-Pendé, onde se localiza Paoua.As autoridades locais acusam os soldados da missão das Nações Unidas na República Centro-Africana de “passividade” e pedem que se tomem medidas para parar os confrontos.Por sua parte, a missão da ONU naquele país (conhecida como MINUSCA, com mais de 13 mil militares, alguns portugueses), assegurou que a presença dos ‘capacetes azuis’ em Paoua “permitiu conter a situação e limitar a morte de civis inocentes”, através do seu porta-voz, Vladimir Monteiro.Face à crescente volatilidade em Paoua nas últimas semanas, o Governo centro-africano enviou à região os ministros da Defesa, Marie-Noëlle Koyara, e da Segurança, Henri Wanzé Linguissarat, que constataram que a zona se transformou num “campo de batalha” e que há milhares de pessoas a necessitar de ajuda humanitária imediata.O conflito na República Centro-Africana eclodiu após o afastamento do poder, em 2013, do então Presidente, François Bozizé, pelas milícias Seleka, que pretendiam defender a minoria muçulmana, desencadeando uma contra-ofensiva dos anti-Balaka, maioritariamente cristãos.

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