O JULGAMENTO do ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma por corrupção, num contrato milionário de armas em 1999, começará a 17 de Maio próximo, anunciou ontem o juiz Nkosinathi Chili.

As primeiras audiências do julgamento do caso, que se arrasta na justiça da África do Sul há mais de 20 anos, vão realizar-se de 17 de Maio a 20 de Junho de 2021, disse à Lusa uma porta-voz do Ministério Público sul-africano.

De acordo com a porta-voz do Ministério Público (NPA, na sigla em inglês), o caso foi “certificado (ontem) como apto para julgamento” pelo juiz Nkosinathi Chili, em concordância com uma directiva do Tribunal Criminal de 7 de Novembro de 2018.

O ex-chefe de Estado sul-africano e o representante da empresa francesa de armamento Thales, que também é acusadode corrupção, extorsão e branqueamento de capitais no caso, não compareceram na audiência de ontemno Tribunal Superior de Pietermaritzburg, segundo a porta-voz.

“Outras datas subsequentes serão determinadas pelo juiz que preside ao julgamento, dependendo da retoma das viagens internacionais devido às restrições da Covid-19, que pode afectar a deslocação do estrangeiro das testemunhas e do representante da Thales”, adiantou Natasha Kara.

A porta-voz do NPA precisou que o Estado sul-africano convocou 217 testemunhas para este julgamento,que se tornou conhecido no país como “o negócio das armas”.

Neste processo, Jacob Zuma é acusado de associação ilícita, corrupção, branqueamento de capitais e fraude por envolvimento em centenas de operações, supostamente fraudulentas, a favor de um contrato milionário de aquisição de armamento assinado no final dos anos 1990 com a empresa francesa Thales.

O ex-Presidente sul-africano (2009-2018) enfrentará 16 acusações de fraude, tráfico de influência e extorsão, relacionadas com a compra de aviões de caça, barcos de patrulha e equipamentos militares da Thales, quando era vice-Presidente de Thabo Mbeki.

Zuma é acusado de ter recebido cerca de quatro milhões de randes(cerca de 20 milhões de meticais) em subornos, como parte de um contrato global no valor de cerca de 49,9 mil milhões de randes (255,6 mil milhões de meticais) com a gigante francesa do sector da defesa e aeroespacial.- (LUSA)

Fonte:Jornal Notícias

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