O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou ontem à realização de um inquérito independente sobre a morte de 29 crianças, ocorrida no norte do Iémen, quando o autocarro que as transportava foi atacado, acto atribuído à coligação militar liderada pela Arábia Saudita.

Guterres “apelou a um inquérito rápido e independente” e exortou todas as partes a se esforçarem “em poupar civis (…) durante a realização de operações militares”, indicou, em comunicado, um porta-voz da ONU, Farhan Haq, citado pela Lusa.

Pelo menos 29 crianças foram mortas durante um ataque que atingiu o seu autocarro, quando circulava num mercado, anunciou o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), com a coligação liderada pelos sauditas a garantir que tinha feito uma operação militar “legítima” neste sector rebelde.

Um hospital da província de Saada, apoiado pelo CICV, “recebeu os corpos de 29 crianças com menos de 15 anos, e 48 feridos, dos quais 30 menores”, anunciou a organização na sua conta na rede social Twitter, sem detalhar a natureza do ataque que ocorreu no mercado de Dahyan.

A coligação reconheceu ter feito um ataque aéreo que atingiu um autocarro, mas sustentou que este não transportava crianças, mas sim “combatentes Houthis”, declarou à AFP o seu porta-voz, Turki al-Maliki.

A região de Saada é um bastião dos rebeldes Houthis, combatidos pela coligação dos sauditas em apoio do presidente iemenita, Abd Rabbo Mansour Hadi.

Um porta-voz da CICV na capital, Sana, também sob controlo dos Houthis, preveniu que o balanço não era definitivo, porque as vítimas tinham sido transportadas para hospitais diferentes.

A imprensa dos rebeldes Houthis, por seu lado, fez um balanço de 50 mortos e 77 feridos, que não pode ser confirmado de fonte independente.

 

    Fonte:Jornal Notícias

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