Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a taxa de desnutrição crónica na província de Zambézia é de 44.6 por cento, número que pode aumentar e está acima da média nacional que ronda os 38 por cento.Com o Nutri-Norte, a ser implementado pelo Fundo das Nações Unidas para Infância, Zambézia espera reduzir o quadro negro de desnutrição crónica. “Continuamos, sem dúvidas, com a preocupação da taxa de desnutrição crónica na nossa província. O nosso desafio é trabalhar para reduzir este quadro”, disse Michael Chimedza, Chefe dos Escritórios da UNICEF, em Zambézia.Chimedza destacou que Nutri-Norte é um programa que visa potenciar os sectores da água, saúde e agricultura, para o bem das comunidades. “Olhando para Zambézia, em termos de agricultura, não temos problema de comida. O desafio passa por uma cultura mais prática sobre como se confeccionam os alimentos, mas, fundamentalmente, como variar dos alimentos para que não ocorra a desnutrição. Precisamos de continuar a educar as comunidades para a mudança de comportamento, para poderem compreender o processo. É verdade que temos vindo a fazer, através de papas enriquecidas, através de envolvimento de mães, pais e toda a liderança local”.Chimedza fez saber que, para a mudança de comportamento das comunidades, nos bons hábitos alimentares, não se precisa de fundos, mas, de hábitos que agreguem valores na alimentação, porque, nas comunidades, existem todos os alimentos para tornar o corpo humano saudável.Zambézia é uma província muito produtiva, mas, afinal, por que altos índices de desnutrição crónica? Esta é uma questão que colocamos ao Director dos Serviços Provinciais de Agricultura e Pesca da Zambézia, Jabula Zibia. “Uma das lições apreendidas do primeiro programa é que estas acções não podem ser feitas de formas isoladas, mas envolvendo todos os sectores. O que temos vindo a constatar é que, por um lado, temos programas de agricultura, por outro, saneamento, saúde e educação. Acho que precisamos de complementaridade das actividades pra que, de facto, possamos medir os impactos destas actividades”, disse Jabula Zibia..
Fonte : Folha de Maputo