“Contámos pelo menos três mortos”, referiu uma fonte policial citada pela agência France-Presse (AFP). As identidades das vítimas e as circunstâncias da sua morte ainda não são conhecidas.Os confrontos entre polícia e manifestantes tiveram início após uma revolta popular instigada pela morte de um jovem maliano às mãos de um agente da polícia na noite de segunda-feira.Segundo a AFP, os manifestantes incendiaram uma esquadra na noite de segunda-feira e bloquearam hoje uma ponte.De acordo com o governador da região de Kayes, Mamadou Zoumana Sidibé, vários jovens estavam a divertir-se com motos nos subúrbios da cidade durante a noite de segunda-feira — dois dias após o fim do recolher obrigatório no Mali –, quando um polícia os intimou a pararem, tendo então “usado a sua arma para matar um dos jovens”.Sidibé refere que após a morte do jovem, de 18 anos, foi então incendiada uma esquadra na cidade e foram erguidas barricadas na ponte de Kayes.O diretor regional da polícia de Kayes, Seydou Diallo, considera que se tratou de “um incidente infeliz para a polícia”, acrescentando que o agente “não estava de serviço (…) e muito menos em patrulha”.O ministro da Segurança e Proteção Civil, Salif Traoré, citado também pela AFP, assinalou que “a situação ainda é tensa” e que os manifestantes “ainda estão na ponte”.O Mali, país da África Ocidental marcado por um conflito entre forças nacionais e grupos ‘jihadistas’ desde 2012, tem enfrentado, desde o final de abril, uma onda de manifestações no sul do país e na capital, Bamako.O descontentamento surgiu depois do anúncio dos resultados definitivos das eleições legislativas realizadas em março e abril, que deram ao partido no poder mais 10 lugares que o previsto nos resultados provisórios.O Mali começou recentemente a aliviar algumas das medidas impostas para a contenção da pandemia de covid-19 no país, que infetou mais de 730 pessoas e provocou 40 mortos.

Fonte : Folha de Maputo

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