“Carta” publicou, no passado dia 24 de Setembro, uma estória sobre o desvio de 1.4 milhão de Meticais, dos cofres do Governo Distrital de Chinde, na província da Zambézia, acto supostamente praticado por quatro funcionários do Estado naquele ponto do país. O caso, refira-se, já está sendo investigado e os quatro funcionários estão suspensos e interditos de se ausentar do distrito.

 

Entretanto, no seguimento dado pela nossa reportagem ao assunto, constatamos que, na verdade, sumiram dos cofres daquele distrito 870 mil Meticais e não 1.4 milhão de Meticais, avançados pelo Secretário Permanente do Distrito, Eugénio Mussa Gocinho. Revelam ainda que o dinheiro desviado era destinado ao pagamento de despesas dos Serviços Distritais da Saúde, Género e Acção Social (SDSGAS) de Chinde.

 

Segundo contam as fontes, numa primeira fase, a fraude foi descoberta entre os dias 14 e 18 de Setembro, pelos usuários do sistema, a nível dos SDSGAS, que constataram o desvio de 300 mil Meticais na rubrica de salário, 100 mil Meticais na rubrica de subsídio do funeral, 70 mil Meticais na rubrica de bens, 50 mil Meticais na rubrica de serviços e 20 mil meticais na rubrica de comunicação, totalizando 540 mil Meticais.

 

Entretanto, uma equipa de inspecção da Direcção Provincial da Saúde da Zambézia, enviada ao local para ouvir os suspeitos e verificar as movimentações feitas pelos usuários em 2019 e entre 01 de Janeiro de 2020 e 23 de Setembro último, constatou que no dia 21 de Setembro houve outro desvio, na ordem de 330 mil Meticais, também na rubrica de salários, totalizando um rombo total de 870 mil Meticais. A equipa não descobriu outro “saque”.

 

Durante o seu trabalho, garantem as fontes, os inspectores descobriram que o sistema era operado por um outro indivíduo, que garantem ser o Secretário Permanente do distrito, embora não apresentem provas. Aliás, sabe-se que o grupo que defraudou o Estado cadastrou, indevidamente, dois Números Únicos de Identificação Tributária (NUIT), de igual número de funcionários distritais (de baixo escalão) no sistema de pagamentos, como usuários, de modo a facilitar as operações de saque de dinheiro. Trata-se de um guarda e um servente.

 

Refira-se que os 870 mil Meticais foram transferidos para uma conta particular, pertencente a um indivíduo estranho à instituição que, supostamente, reside na cidade da Matola, capital da província de Maputo. (O.O.)

Fonte: Carta de Moçambique

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