carvao veget min

O saco de carvão vegetal que antes da interrupção das licenças e das chuvas era vendido entre 1400 a 1500 meticais, hoje é comercializado entre 1700 e 1800 meticais e em muitos casos sem desconto.

 

Em alguns locais onde era possível comprar a bacia de 30 litros a 300 Mts, agora é vendida a 400 ou 450 Mts, os montões que partiam de 25 a 30 Mts são vendidos entre 30 e 50 Mts como referem alguns residentes do Bairro de Hulene.

 

“Carta” constatou que os residentes da província e cidade de Maputo debatem-se com uma crise de carvão vegetal por conta da interrupção na emissão de licenças, aliada às chuvas que caíram nos últimos dias que tornaram intransitáveis as vias de acesso às zonas de produção. De acordo com o regulamento, as licenças são passadas a partir do mês de Abril. Os poucos comerciantes ambulantes que circulam de camiões nos bairros para vender o carvão e nos poucos mercados onde é possível encontrar o produto, os preços sufocam o bolso daquele que depende deste bem para confeccionar os alimentos.

 

Isabel, de 32 anos, residente no Bairro de Hulene “B” mostrou-se bastante preocupada com o cenário e diz que a vida se torna mais difícil quando há escassez do carvão. “Não tenho fogão a gás, dependo apenas do carvão para cozinhar e, com o agravamento do preço, já não consigo comprar o saco e sou obrigada a comprar aos montões para cozinhar”.

 

Já Albertina Sitoe, 43 anos, residente no Bairro da Maxaquene “D” disse que o preço do carvão se torna mais elevado porque até para encontrar o produto não é fácil.

 

“Eu comprava carvão em sacos na residência de uma vizinha e já faz três semanas que ela está sentada em casa e sem o produto. Nos últimos dias sou obrigada a comprar no mercado Xiquelene e com o transporte chego a pagar 1900 para que o carvão chegue a minha casa, mas as coisas tendem a ficar mais complicadas porque mesmo lá são poucos que aceitam vender o saco do carvão”.

 

Rosa Foquiço, residente no Bairro Luís Cabral, comerciante de carvão, contou à “Carta” que voltou na semana passada da província de Gaza, local onde adquiriu o carvão e disse que há muito produto por lá, mas a falta de licenças está a dificultar tudo.

 

“Viajei no dia 10 e consegui mandar encher 100 sacos de carvão, fiquei por lá a fazer tempo para ver se conseguia licença para transportar o produto e não consegui, acabei optando em voltar para casa mesmo sem o produto porque os meus filhos já não tinham o que comer, sendo o carvão a minha única fonte de sobrevivência, tive que me reinventar enquanto aguardo a licença para transportar o meu carvão”.

 

Vicente Martins Nhanombe, vendedor de carvão em camiões nos bairros, explicou que o preço que está a ser aplicado actualmente é definido por vários factores.

 

“Nós por exemplo que vendemos o carvão ao domicílio temos de contar os custos para trazer o carvão desde o local de enchimento até nossas residências, incluindo o combustível para circular nos bairros e é por esta razão que comercializo carvão a 1800 o saco”, disse Nhanombe.

 

Os residentes da província e cidade de Maputo consomem diariamente cerca de 500 a 600 toneladas de carvão vegetal. (Marta Afonso)

Fonte: Carta de Moçambique

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *