O PRESIDENTE da República, Filipe Nyusi, desafiou os responsáveis do Ministério do Género, Criança e Acção Social a gerirem os recursos colocados à disposição do sector em moldes empresariais, de modo a garantir que se amplie a capacidade de assistência aos grupos-alvo da sua actuação.
O repto foi lançado ontem durante uma sessão do Conselho Consultivo extraordinário do ministério, que o Chefe do Estado orientou no âmbito da visita que efectuou àquela instituição.
“O vosso ministério precisa ganhar sensibilidade sobre custos. Não existe nenhum governante ou gestor de sucesso que não tenha noção do custo. Mesmo que não executem e não realizem directamente, têm que ter a noção do custo”, disse o Presidente, reagindo à falta de resposta a uma questão que colocou sobre o orçamento do sector de infantários.
Filipe Nyusi falou da urgência que o ministério tem de mapear e clarificar os problemas que afectam cada grupo de vulneráveis, nomeadamente crianças, idosos, pessoas com deficiência e mulheres.
Explicou que, ao alistar as necessidades, a instituição terá balizas sobre quanto é necessário investir para cada área, e com isso garantir o empoderamento destes grupos considerados prioritários.
“Não sejam totalmente optimistas de que os poucos recursos dirigidos aos vulneráveis chegam sem perdas. Há provas que apontam que não é exactamente isso. Queremos que se concentrem e cuidem dos recursos existentes, que são escassos”, frisou.
Recomendou ainda a uma maior atenção às escolas especiais, pois, como disse, são instituições fundamentais na resolução de problemas de moçambicanos com necessidades especiais.
“Na conversa com um membro do Governo fiquei impressionado e sensibilizado quando falávamos sobre quantas línguas se fala em Moçambique. Enumerámos várias. Contudo, só temos uma ou duas línguas de sinais. Vocês existem, exactamente, para inventariar esse tipo de problemas e depois equacionar as soluções. Mesmo que não tenhamos recursos, temos que pelo menos saber que a solução para este problema é feita desta maneira”, disse o Chefe do Estado.
Antes de dirigir o consultivo, o Presidente da República visitou o Infantário 1.º de Maio, que acolhe, actualmente, 43 crianças, algumas das quais com necessidades especiais.
Naquele local, Filipe Nhusi ficou impressionado pela dedicação e o amor prestado pelas funcionárias deste centro para garantir o conforto aos petizes.
“Fiquei sensibilizado com a qualidade de prestação de serviços que aquelas cidadãs estão a dar ao centro. Sente-se que há dificuldades, mas aquelas pessoas não estão desesperadas, estão a fazer tudo para que as dificuldades não sejam superiores à vontade do serviço que prestam”, referiu.
Entretanto, o Presidente da República ficou a saber do informe apresentando pela titular do pelouro, Cidália Chaúque Oliveira, que o desempenho do sector é positivo, considerando que das 12 acções planificadas para o sector, dez tiveram uma execução igual ou superior a 50 por cento.
Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/politica/70765-segundo-pr-na-visita-ao-mgcas-gestores-devem-ter-nocao-de-custos.html