O activista social Joaquim Pachoneia, da Associação Mentes Resilientes, encontra-se detido pela Polícia da República de Moçambique (PRM), na cidade de Nampula, indiciado de crimes de incitação à violência e insultos ao Presidente da República.
Informações dão conta de que o indiciado foi detido pouco depois da saída da sua residência quando eram por volta das 04h00 deste sábado e sem nenhum mandado de busca e captura. Segundo uma fonte próxima, uma senhora, alegadamente membro da PRM, solicitou o seu serviço de táxi, para acompanhá-la ao aeroporto internacional de Nampula. Já no local, Pachoneia ficou surpreso ao ser rodeado por agentes da PRM, que o detiveram de imediato, sem direito à explicação e o levaram para a Esquadra da cidade, onde foi privado de comunicação.
O seu telemóvel foi apreendido após uma ligação feita para o amigo, Amade Armando, solicitando que fosse buscar a sua viatura. Ao se aperceber do que aconteceu, o amigo foi até ao Aeroporto à busca de algum esclarecimento, mas a PRM não forneceu nenhuma informação sobre o paradeiro do activista, alegando que não sabia onde o mesmo se encontrava.
Depois de circular por várias esquadras, bem como no Comando Provincial, não conseguiu localizar Joaquim Pachoneia. Horas depois, após a notícia da sua detenção circular nas redes sociais, através de uma denúncia de outros activistas sociais, a Polícia viu-se na obrigação de dar a sua versão dos factos.
“Quando eram 08h45m do dia 10 de Fevereiro de 2024, no recinto do Aeroporto Internacional de Nampula, houve a detenção do nacional Joaquim Pachoneia, também conhecido por Jota, solteiro, de 36 anos de idade, em virtude de o mesmo estar a produzir, de forma sistemática, vídeos, os quais tem partilhado nas redes sociais, concretamente WhatsApp, incitando a população moçambicana, e de Nampula em particular, a agir com violência contra os órgãos do Estado”, disse o porta-voz da Polícia em Nampula, Dércio Samuel, lendo uma nota de imprensa.
A fonte sustentou: “nos vídeos, para além de agitar os jovens a pautar pela violência, Joaquim Pachoneia profere insultos de vária ordem contra a figura do Chefe do Estado e as lideranças da PRM. Num dos seus vídeos, o jovem chegou a chamar os membros da corporação de cães de raça e que não pensam, que só agiam em cumprimento das ordens do seu dono”, frisou Samuel.
Entretanto, num dos últimos vídeos publicados antes da tomada de posse dos edis eleitos recentemente, ele apela aos jovens a fazer de tudo para feri-los e nos casos em que não se consiga na base da violência física deve-se recorrer a métodos tradicionais para provocar neles AVC, vulgo trombose.
Para o porta-voz da Polícia em Nampula, o indiciado praticou o crime de ofensas ao bom nome e honra de pessoas, bem como a agitação da população para aderir a actos de alteração da ordem pública. (Carta)
Fonte: Carta de Moçambique