Filipe Nyusi faz uma espécie de balanço antecipado e fala de planos de governação frustrados pela crise económica que afecta o país
O Presidente da República, Filipe Nyusi, empossou, ontem, a nova equipa nacional do Fórum do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP), que será responsável pela segunda fase da avaliação nacional.
No seu discurso de ocasião, Nyusi destacou a importância da contribuição do fórum para a implementação de mudanças na forma de ser e de estar na governação e aproveitou a ocasião para falar do impacto da crise financeira nos planos para o presente ciclo de governação.
Numa espécie de balanço antecipado do seu exercício, Filipe Nyusi já fala de um mandato frustrado pela crise. “Julgamos ser do domínio de todos que Moçambique se esforça por sair de uma crise económica e financeira que não só frustrou, em parte, os nossos planos e programas de governação no presente quinquénio, como também reduz a eficácia das nossas acções, a nossa capacidade de resposta aos anseios do povo”, disse o Chefe de Estado.
Ainda assim, Nyusi disse que o seu executivo está a fazer de tudo para “mitigar os efeitos” da crise financeira, de modo a “recolocar o país na senda do crescimento socioeconómico mais célere”. Entretanto, destacou a importância de se tirar ilações das presentes vicissitudes.
“Este momento de crise oferece-nos uma oportunidade, ainda que dolorosa, de revermos alguns aspectos da forma de ser, estar e fazer política em Moçambique”, disse, apelando à necessidade de uma maior criatividade no país.
“Esta crise económica obriga-nos a ser criativos e a retomarmos, individual e colectivamente, alguns princípios e hábitos preciosos para uma gestão racional dos nossos recursos”, frisou, manifestando esperança em que “se valorizem e se implementem as lições aprendidas nestes momentos tempestuosos”.
Reformar o sector público
O Chefe de Estado voltou a destacar a importância de um sector público mais profissional como factor fundamental para o cumprimento cabal dos planos e estratégias do governo.
Filipe Nyusi fez um balanço da fase anterior da reforma e conclui que ainda há muito a fazer. “Depois de mais de uma década de reformas, sentimos que muito ainda podemos fazer para que o sector público seja a verdadeira alavanca para o cumprimento mais eficaz das estratégias e planos do governo” disse, desafiando o fórum nacional do MARP a continuar parceiro do executivo na nova fase da ofensiva para transformar a função pública, de modo a ser mais moderna e profissional.
“Consideramos fundamental que a população seja educada acerca dos seus direitos e obrigações, e que os cumpra. Só assim estaremos em condições de induzir mudanças mais dinâmicas na governação”, disse.
A corrupção, um dos aspectos apontados como problemáticos no país, foi também alvo de menção pelo Chefe de Estado, tendo voltado a reiterar o compromisso no seu combate.