O parlamento malawiano retoma, esta terça-feira, o debate do projecto de lei para a legalização do aborto, oito meses depois da suspensão devido a uma forte pressão das congregações religiosas, que criticam o documento.

A proposta de lei de aborto no Malawi é da iniciativa de algumas organizações da sociedade civil. O documento foi ensaiado, pela primeira vez, em 2016, tendo sido chumbado pelo parlamento, por conta das contestações dos líderes religiosos, que organizaram marchas em todo o país.

Quatro anos depois, retomou-se o debate do mesmo projecto, mas os líderes religiosos opuseram-se novamente à legalização. Promoveram manifestações na sede da Assembleia da República, o que levou à suspensão da apreciação do dispositivo, há oito meses.

A sociedade civil malawiana defende que a aprovação da lei vai reduzir a morte de mulheres devido a abortos inseguros, feitos de forma clandestina. Aliás, no Malawi, em cada 100 mil mulheres, pelo menos 439 morrem, anualmente, devido a complicações de gravidez.

Aponta-se, igualmente, que mais de 140 mil mulheres praticam, anualmente, o aborto inseguro naquele país. Mas, estes dados não são bastantes para convencer as confissões religiosas, que não querem ouvir falar da legalização do aborto, por ser contrário aos princípios divinos.

 

Fonte:O País

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