As Nações Unidas consideraram hoje impossível garantir as zonas seguras designadas por Israel na Faixa de Gaza para os civis que fogem dos combates no enclave palestiniano.
“Estas zonas não são seguras e nem têm cariz humanitário quando são declaradas unilateralmente”, disse James Elder, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), após passar vários dias no território palestiniano.
James Elder, falando aos jornalistas por videoconferência a partir do Cairo, acrescentou que estas zonas “não são racionais, não são possíveis”.
“Penso que as autoridades estão cientes disso. Penso que é cruel e mostra um fortalecimento da indiferença em relação às crianças e mulheres de Gaza”, disse o porta-voz, classificando a situação como “dolorosa e desconcertante”.
Nos últimos dias, o exército israelita expandiu as suas operações terrestres a toda a Faixa de Gaza, quase dois meses após o início da guerra desencadeada pelo ataque do grupo islamita Hamas em 07 de Outubro contra Israel, bombardeando o sul deste território e causando muitas mortes e feridos entre centenas de milhares de civis que se haviam refugiado na zona.
O porta-voz do UNICEF explicou, aos jornalistas em Genebra, que só é possível falar em zonas seguras quando a população tem acesso a alimentos, água, medicamentos e abrigo.
Elder disse que aquilo que viu durante a sua viagem à Faixa de Gaza estava longe de ser áreas seguras.
O porta-voz destacou particularmente a ausência de instalações sanitárias e de sistemas de saneamento, o que pode levar à propagação de doenças.
“Israel é a potência ocupante, deve fornecer alimentos, medicamentos e água (…). Só um cessar-fogo salvará as crianças de Gaza”, sublinhou Elder.
Segundo Israel, 1.200 pessoas, a maioria civis, foram mortas durante o ataque de 07 de Outubro, durante o qual cerca de 240 pessoas foram sequestradas e levadas para o enclave palestiniano.
Na segunda-feira, o Ministério da Saúde do Hamas relatou 15.899 mortes, 70% das quais mulheres e crianças, e 42.000 feridos em bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza. (RM-NM)
Fonte:Rádio Moçambique Online