OS moradores do bairro de Marrere, na cidade de Nampula, estão desde há algum tempo à esta parte privados do abastecimento de água potável, devido ao corte da principal conduta que alimenta aquela zona, próximo do rio Namialo, onde decorrem as obras de construção de uma nova ponte.

A conduta passava debaixo da antiga ponte agora demolida, em razão do seu estado avançado de degradação, para dar lugar à nova, e segundo os responsáveis da empreitada não havia alternativa senão cortar a tubagem.

“A população que vive neste bairro, desesperada, recorre à água imprópria para o consumo retirada de poços e reservatórios tradicionais, situação que tem preocupado os moradores, pois não sabemos quando é que o fornecimento de água será reposto”, disse o residente Hortêncio André.

Segundo o nosso entrevistado, desde que foi cortada a conduta, os residentes daquele bairro são obrigados a percorrer longas distâncias à procura de água, também nos rios do bairro e noutras zonas da cidade de Nampula, pondo em risco a sua própria saúde.

Acrescentou que o bairro de Marrere foi um dos que sofreu com a crise, sem precedentes, de água, que assolou a cidade de Nampula entre os meses de Outubro do ano passado e Fevereiro do presente, devido à escassez da chuva, que fez com que a principal albufeira que fornece o recurso à urbe, situada no rio Monapo, ficasse praticamente seca durante esse período.

Ana Moisés, outra residente de Marrere, lamentou o facto de a falta de água naquela zona acontecer numa altura em que se exige o cumprimento escrupuloso das mediadas de prevenção da pandemia do novo coronavírus, através da lavagem constante das mãos.

A nossa Reportagem apurou que um grupo de moradores, incluindo líderes comunitários daquela zona residencial, preocupados com a situação, terão comunicado aos responsáveis do FIPAG e do governo, na perspectiva de ver solucionado o mais rápido possível, contudo, até agora o problema prevalece.

A falta de água naquele bairro, um dos mais populosos de Nampula, por ser uma das áreas de expansão habitacional mais preferidas da cidade, torna-se mais preocupante quando se sabe que afecta também o Hospital Geral de Marrere (HGM), uma das unidades de referência na chamada capital do Norte.

Entretanto, o chefe do departamento técnico do Fundo do Investimento do Património do Abastecimento de Água (FIPAG), Novais Soca, disse que a sua instituição tem conhecimento do corte da principal conduta de fornecimento de água àquele bairro, e tudo está a ser feito para se resolver o mais rápido possível o problema.

“Já tivemos vários encontros com os responsáveis da empreitada, porque de facto a situação é preocupante”, salientou Soca.

Fonte:Jornal Notícias

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