Não são precisas estatísticas nem estudos para constatar que o custo de vida na chamada “Pérola do Índico” ultrapassou o suportável desde que foram descobertos os empréstimos ilegais da Proindicus, EMATUM e MAM. É que com a desvalorização do metical em relação ao dólar norte-americano os salários mínimos dos sectores de agricultura, pecuária, caça e silvicultura, incluindo as empresas agro-industriais e a indústria do caju e do açúcar; pesca industrial e semi-industrial; pesca de kapenta; e da indústria de panificação situam-se abaixo do limiar da pobreza.

O limiar da Pobreza foi redefinido em 2015, pelo Banco Mundial, para 1,90 dólar(133 meticais ao câmbio actual de 1 dólar igual a 70 meticais). Quer isto dizer que para igualar o limiar da pobreza os trabalhadores moçambicanos têm de auferir pelo menos 3.990 meticais por mês, ora o sector da agricultura, pecuária, caça e silvicultura, que emprega a maioria do povo aufere apenas 3.298 meticais e só para sair desta faixa precisa de um aumento de mais de 21%, algo que nunca aconteceu desde 2008.

Por outro lado, e embora neste momento a inflação oficial, que não é real, tenha reduzido a tendência de crescimento galopante, no mês passado aumentou 2,92%, o facto é que o preço da denominada “cesta básica” cresceu nos últimos 12 meses 48,37% emagrecendo ainda mais as remunerações dos cada vez menos moçambicanos que ainda têm empregos. Por outras palavras o aumento mínimo para fazer face a inflação deveria ser de 50%.

http://www.verdade.co.mz/tema-de-fundo/35/61363


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