“Não posso dizer com certeza, depende da evolução [da situação de segurança na região], mas há um sinal positivo por parte dos concessionários e uma expectativa tendo em conta o que está a verificar-se na realidade e há visitas frequentes por parte do operador”, afirmou Max Tonela à Lusa, quando questionado sobre se o megaprojeto da Total, suspenso há um ano devido aos ataques em Cabo Delgado, será retomado este ano.Em declarações à Lusa à margem dos encontros anuais do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), em Acra, o ministro adiantou por outro lado que a primeira exportação do projeto da central de produção de gás natural liquefeito no mar, na bacia de Rovuma, está prevista para o início de outubro.”A plataforma já está nas águas moçambicanas. Está em processo de instalação e ligação aos seis poços. Nós esperamos que a produção comece de forma gradual (…) e que a primeira operação de exportação aconteça no início do mês de outubro deste ano”, altura em que a plataforma estará já a operar na sua capacidade total, explicou.Segundo Tonela, este avanço “vai contribuir já para o aumento das receitas, sobretudo das exportações”.Sobre o processo interrompido pela ação terrorista, o ministro disse que “há trabalho a correr com os concessionários, o Governo mantém um contacto permanente”.”Estamos em conjunto a avaliar o progresso do processo de estabilização, portanto, da melhoria das condições de segurança. Há uma leitura positiva por parte dos parceiros”, referiu, acrescentando que o Governo está a tentar “criar condições para que, de forma segura, quer as populações, quer os projetos possam prosseguir o mais cedo possível”.”A decisão vai ser tomada em função dos desenvolvimentos que vão ocorrer nestas matérias nos próximos meses”, frisou.Questionado sobre o financiamento do esforço militar em Cabo Delgado, cuja dimensão — 275 milhões de euros por ano — levou o Presidente moçambicano a pedir ajuda internacional em março, o ministro explicou que o Governo tem estado a trabalhar no sentido de mobilizar recursos para assegurar que a missão seja implementada com êxito, na medida em que também a capacidade da atuação das forças moçambicanas for sendo adequada à realidade da luta contra o terrorismo.O projeto do Rovuma, liderado pela Total, era o maior investimento privado em África até ser suspenso em março devido aos ataques armados em Cabo Delgado.A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Fonte: Folha de Maputo

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