OS líderes comunitários decidiram assumir a liderança no combate aos casamentos prematuros, gravidezes precoces, segundo se comprometeram há dias no distritro da Gorongosa, em Sofala.

Aliás, esta foi a principal mensagem deixada pela primeira-dama da República de Moçambique, Isaura Nyusi, nos encontros que manteve com estas individualidades e com grupos de mulheres na visita que efectuou à província de Sofala na última semana.

Na sua interacção com as lideranças comunitárias e religiosas, incluindo grupos de mulheres, Isaura Nyusi enalteceu o papel dos parceiros de cooperação no reforço da capacidade interna de resposta aos problemas enfrentados com as camadas vivendo em situações difíceis em todos os pontos do país.

Disse que a inclusão na agenda da visita à província de Sofala de encontros com os líderes, acompanhados das esposas e com os parceiros de cooperação tem como objectivo incutir a consciência de que as lideranças comunitárias e todos outros actores locais têm um papel determinante na promoção do desenvolvimento sustentável e bem-estar das populações.

Por outro lado, acredita-se que o seu envolvimento no processo de desenvolvimento tem potencial para induzir mudanças significativas através da sensibilização e mobilização.

“No exercício desta nossa advocacia, como Gabinete da Primeira-Dama temos estado a acarinhar várias iniciativas de caris socioculturais em que as lideranças comunitárias e os demais actores-chave locais exercem um papel determinante na sensibilização, mobilização e disseminação da informação.

O desenvolvimento social do nosso país ainda enfrenta enormes desafios, e um dos grandes flagelos tem sido o analfabetismo, que continua a registar taxas altas taxas, “o que constitui uma grande preocupação para todos nós”, disse Isaura Nyusi, tendo dado como exemplo ilustrativo que em cada 100 adultos 45 não sabem ler e escrever, com maior gravidade nas mulheres, com mais de metade não são alfabetizadas.

O outro grande flagelo apontando pela primeira-dama são os casamentos prematuros, que têm uma relação directa com a gravidez na adolescência, sendo que milhares de raparigas, principalmente nas zonas rurais do país, são afectadas por este mal que as priva de ter acesso à educação e sujeitas aos graves problemas de saúde por ter gravidez e dar à luz antes que o organismo esteja preparado para o efeito.

“Este factor aumenta o número de crianças não alfabetizadas devido ao abandono da educação. Também nos casamentos prematuros temos estado a assistir com muita preocupação ao aumento de casos de morte por cancro do colo do útero e da mama. Isto tem estado a resultar, em parte, na discriminação da mulher na família e na sociedade. Estes problemas que acabamos de arrolar são ainda maiores ao nível local e distrital, onde reconhecemos a baixa provisão de serviços, baixo nível de conhecimento e fraco acesso à informação e comunicação”, referiu, tendo apelado a todas as mulheres e homens para aderirem aos centros de rastreio do cancro, e alertou que com a ida tardia ao centro de saúde o cancro pode estar num estado irreversível.

Apelou ainda à massificação do associativismo para ajudar o Governo no processo de empoderamento da mulher, com vista à erradicação da pobreza. Disse que, no âmbito da erradicação do analfabetismo no nosso país e em parceria com o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, foi reactivado o MASMA no ano passado e foi aprovado este ano o plano 2017/2019.

Apelou à implementação deste plano de acção com pleno envolvimento das estruturas comunitárias e dos parceiros de cooperação, em coordenação com o sector da alfabetização e educação de adultos.

ISAIAS MUTHIMBA

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/politica/70857-lideres-comunitarios-assumem-dianteira-contra-casamentos-prematuros.html

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