INAE encerra Kawena, duas fábricas de produção de óleo Maeva e fábrica Oásis em Maputo

A Inspecção Nacional de Actividades Económicas (INAE) encerrou oito estabelecimentos comercias, no período de 5 a 16 de Junho, à escala nacional. No rol dos encerrados, destaque para a firma Kawena, duas fábricas do grupo Maeva e a fábrica Oásis, todos em Maputo.

Falta de higiene, má conservação dos produtos e falta de observância das regras de higiene são os motivos que ditaram o encerramento destes estabelecimentos, segundo a INAE.

A inspecção visitou o armazém central da Kawena, na avenida das Indústrias, na Matola, e uma loja da firma no mesmo local, conhecida por “Machavinha”. Foi descoberta a existência de um armazém onde era feita a recuperação de produtos deteriorados devolvidos pelos clientes. No “hospital”, como era apelidado pelos funcionários, os produtos fora do prazo eram tratados, ganhavam nova embalagem e reconduzidos para as diferentes lojas do grupo, onde eram comercializados.

“A nossa acção iniciou no armazém central da Kawena, depois escalou a loja da firma, na Machava. A ‘Machavinha’, como é popularmente conhecida, tem uma particularidade. Além do estabelecimento comercial, tem um grande armazém com vários compartimentos na parte da trás que chamam de ‘hospital’. Quando os produtos são devolvidos pelos clientes, nas diferentes sucursais da firma, eles são encaminhados a este local chamado hospital, para serem recuperados. A farinha era ceifada, eram retirados todos os animais que nela estavam, ela aparentemente voltava a ficar limpa e era novamente embalada. Depois de embalada, a farinha era devolvida às lojas para ser comercializada”, explicou a inspectora-geral, Maria Rita Freitas, que falava à imprensa, ontem, durante o balanço das actividades realizadas nos últimos 15 dias, em todo o país.

A Kawena é uma firma que faz a intermediação de mercadorias adquiridas pelos minérios na África do sul e para as suas famílias, no país. Os mineiros fazem a compra de determinados produtos e, mediante uma senha, os familiares podem fazer o levantamento dos mesmos nas lojas e armazéns da Kawena.

A inspecção acrescentou que o estabelecimento encerrado não dispõe de condições para a conservação condigna dos produtos. “A ‘Machavinha’ é feita de chapas de zinco o estado de conservação dos produtos comercializados lá não é adequado, ou seja, os produtos que estão lá por mais que estejam dentro do período de validade, apanham muito calor e humidade. O produto pode estar dentro do prazo, mas isso não significa que esteja em condições de ser consumido. Pelo facto de estarem a apanhar humidade e calor, podem perder as suas propriedades e não serem ideais para o consumo humano. A loja deve ser alterada, deve ser construída em betão, para que os produtos que lá são armazenados estejam em condições de serem consumidos”, disse Freitas.

Os produtos encontrados na loja e no armazém central da Kawena foram cativados. Os serviços de Saúde Pública irão analisar a mercadoria e posteriormente será incinerada.

A INAE deu a conhecer que, durante o período em análise, inspeccionou 1 219 estabelecimentos em todo o país e encerrou 30 mangueiras de quatro bombas de combustível em Nampula. Foram ainda apreendidos 8 799 discos áudio e videogramas contrafeitos, em Maputo, Gaza e Sofala.

Falta de higiene dita encerramento de duas fábricas do grupo Maeva

A INAE encerrou, última quinta-feira, 15 de Junho, duas fábricas do Grupo Maeva, uma de fabrico de óleo alimentar, sediada na Matola, e outra de sabão, na avenida Gago Coutinho. Segundo a inspecção, a falta de higiene e de observância de questões de segurança é que ditaram o encerramento das fábricas. “As duas fábricas apresentavam problemas sérios de higiene e limpeza. As fábricas apresentam-se em péssimas condições, o chão está completamente esburacado. A regra estabelece que dentro de uma indústria de produção alimentar não se pode ter buracos, porque a poeira entra nos componentes do que é produzido, neste caso o óleo alimentar“, disse Rita Freitas. Refira-se que foi aberto um processo contra a fábrica e aplicada uma multa.

Populares denunciam poluição da oásis

A INAE, em parceria com o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), escalou a Oásis, fábrica de produção de óleos lubrificantes para veículos, localizada no parque industrial de Beluluane, em Maputo. Maria Rita Freitas explica que, segundo denúncias de cidadãos que moram nas proximidades da fábrica e dos residentes do bairro Juba, a INAE tomou conhecimento da poluição que é causada pela fábrica.

A inspecção foi realizada de noite, pelo facto de a fábrica funcionar nesse período, para tentar ludibriar as autoridades.

“A acção decorreu na segunda-feira, 12 de Junho, de noite, porque a fábrica, uma vez que sabia que estava a poluir, funcionava no período nocturno, para que as autoridades não os encontrasse a trabalhar. A fábrica operava das 19h00 às 08h00 da manhã”, disse a inspectora-geral da INAE.

Maria Rita Freitas revela que o cenário era desolador, sendo que os funcionários trabalhavam sem luvas nem máscaras, e a fábrica exalava um cheiro forte. “O cheiro dentro da fábrica Oásis era insuportável, era difícil estar lá dentro. Os trabalhadores exerciam actividade sem máscaras, luvas e sem a devida protecção. A fábrica faz a reciclagem de óleo de motor para produzir lubrificantes e, durante o processo, escapa um cheiro insuportável, que passa para o exterior e polui o ambiente. Não tivemos como não encerrar”, explicou Freitas.

Segundo a INAE, a fábrica será reaberta quando reunir as condições para o funcionamento e quando a sua acção não poluir o ambiente.

 

 


 

 

Fonte:http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade.html

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