Em menos de uma semana, seis ‘soldados da paz’ foram mortos naquela localidade que dista cerca de 470 quilómetros da capital Bangui, junto à fronteira com a República Democrática do Congo, segundo noticia a AFP.

“Os recentes incidentes demonstram que a situação na RCA permanece frágil, assim como a necessidade de apoio contínuo da região e da comunidade internacional para superar as dificuldades a que o país tem que fazer face”, declarou Guterres, num comunicado datado de Nova Iorque, citado pela AFP.

Na segunda-feira à noite, cinco capacetes azuis da ONU quatro cambojanos e um marroquino foram mortos num ataque à caravana em que seguiam, perto de Bangassou, um no decorrer de uma troca de tiros e os restantes quatro depois de terem sido raptados pelos atacantes.

Já no sábado um sexto capacete azul, marroquino, foi morto em Bangassou, num ataque que visava a base das Nações Unidas na RCA (MINUSCA) e o quartel muçulmano e que foi atribuído pela ONU a um grupo anti-Balaka, uma milícia cristã.

Este ataque fez um número ainda indeterminado de vítimas civis, com os Médicos Sem Fronteiras a contabilizarem a entrada de 21 feridos nos hospitais em poucas horas, e a apelarem a um cessar-fogo para ajudar os feridos.

A República Centro Africana mergulhou no caos em 2013 quando rebeldes muçulmanos derrubaram o Presidente cristão do país.

As Nações Unidas lançaram uma missão de paz para o país em 2014, que tem agora mais de 12.000 homens para proteger os civis da violência entre facções muçulmanas e cristãs.

Cerca de 890.000 foram obrigados a abandonar as suas casas, alguns dos quais fugiram para o vizinho Camarões, segundo a ONU.

No passado fim-de-semana, quatro grupos humanitários internacionais informaram que iam retirar os seus trabalhadores temporariamente de partes do norte da RCA devido ao aumento de ataques.

A Solidarites International, a Intersos, a Danish Church Aid e a Person in Need Relief Mission vão transferir-se para a capital, Bangui.

As Nações Unidas enviaram cerca de 12 mil pessoas para a RCA para restaurar a estabilidade, após os conflitos de 2013 na sequência da deposição do então Presidente, François Bozizé, pelos rebeldes Seleka. [FM]

http://www.folhademaputo.co.mz//pt/noticias/internacional/guterres-indignado-com-ataques-na-rca/

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *