Gigliola Zacara realiza filme sobre ambiente

Actriz vai realizar um filme sobre ambiente e mudanças climáticas. A produção insere-se no concurso de curtas-metragens, organizado pelo Centro Cultural Moçambicano-Alemão.

 

“Eu sou uma máquina criativa”. Dito isto, Gigliola Zacara explicou o que a levou a interessar-se pela realização. Numa palavra: desafio. Ou seja, habituada a estar numa zona de conforto, muitas vezes sob os holofotes, nos palcos, agora, o grande fascínio da actriz é aventurar-se pelo cinema como realizadora. Nisso, na verdade, a artista de múltiplas faces não vê grande mudança: “Eu sou muito irrequieta. Como estava à frente das câmaras, foi só dar um passo e ficar atrás”.

Essencialmente, Gigliola Zacara está a trabalhar na produção e realização de uma curta-metragem que terá, no máximo, cinco minutos de duração. O projecto insere-se num concurso de curtas organizado pelo Centro Cultural Moçambicano-Alemão (CCMA), com apoio da Embaixada da Alemanha em Moçambique.

Sem saber ainda como vai proceder à filmagem do filme nesta época em que as distâncias entre as pessoas são fundamentais, por causa da COVID-19, Gigliola Zacara encontra-se a aperfeiçoar a história que vai contar através das câmaras. O tema do filme, mesmo a condizer com a exigência do concurso que tem como membros do júri Gabriel Mondlane e a cineasta alemã Tina Kruger, gira à volta do meio ambiente e das alterações climáticas.

Enquanto as gravações não iniciam, Gigliola Zacara aproveita o recolhimento para pesquisar os artifícios da realização. O seu interesse é ir além do óbvio. Por isso, ao invés de um documentário sobre as mudanças climáticas, está a investir na ficção. Recontar a realidade sem ser leal a essa condição. Para o efeito, a realizadora está a estudar as possibilidades de rodar a curta sem que o problema sanitário esteja comprometido.  

Até aqui, Gigliola Zacara já tem toda equipa técnica para produção, gravação e pós-produção montada. Toda despesa é investimento próprio. No entanto, a nova realizadora não vai gastar muito em termos monetários, afinal terá apoio técnico do Olhar Artístico e de actores do Centro de Recriação Artística. Portanto, Gilgliola deverá garantir a logística nos dias de gravação.

Ora, como é que a actriz torna-se realizadora? “Sigo muito Mel Gibson e vejo o processo de crescimento dele e de vários actores da Hollywood, dentro do cinema. Muitos começam como actores e, depois, tornaram-se guionistas, realizadores e etc. Eu sou actriz, mas também faço formação de actores, e tenho capacitação e formação que me ajudam a actuar em outras áreas do cinema. Por exemplo, tive formações no Brasil e em Angola que me permitem atrever-me um pouco mais. Agora, não posso estar no palco, mas posso escrever guiões em casa. Em termos de sustentabilidade isso é muito bom”.

Mesmo a propósito de sustentabilidade, Gigliola Zacara definiu uma estratégia para este período. Por exemplo, investir na comercialização de outras coisas que sabe fazer. Coisas simples como produzir piripiri, conservas e geleias. “Também faço decoração de interiores e essa também é a minha aposta para esta época. Esta crise não pode em nenhum momento dar cabo de mim. Tenho, dentro das coisas que gosto, de encontrar formas de ganhar dinheiro para pagar as minhas contas”. Também por isso, Gigliola Zacara considera-se “uma máquina criativa”.

 

 

 

 

 

 

Fonte:O País

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