O Fundo de Fomento e Habitação (FFH) está em rota de colisão com os promitentes-compradores de casas/apartamentos em diversos projectos de habitação espalhados pelo país por causa de dívidas destes. É que há perto de 450 promitentes-compradores que não estão a pagar devidamente os valores acordados. A lista inclui nomes de figuras sonantes da sociedade.

 

Entretanto, para evitar a colisão, o FFH emitiu, na última segunda-feira (20), uma convocatória a cada um dos 423 promitentes-compradores, através do jornal Notícias. “No âmbito da gestão do crédito de habitação, o Fundo para o Fomento de Habitação, FP convoca os promitentes-compradores abaixo mencionados para, no prazo de 15 dias, a contar da última data de publicação desta convocatória, comparecerem na Área Jurídica da Sede ou Delegações do FFH-FP, durante as horas normais de expediente, a fim de tratarem assuntos do seu interesse”, lê-se na convocatória.

 

Da enorme lista, constam nomes de Renato Manuel Matusse, antigo Conselheiro Político de Armando Guebuza; Claire Zimba, antigo Presidente do Instituto de Promoção de Pequenas e Médias Empresas (IPEME) e actual quadro do Ministério da Indústria e Comércio (MIC); Benedito Eduardo Guimino, Presidente do Conselho Municipal de Inhambane; Carlos Eduardo Mussanhane, Administrador do distrito de Mabote; Sérgio Chicumbe, Director Nacional para a Área de Inquérito e Monitoria de Saúde no Instituto Nacional de Saúde (INS); José Belmiro, antigo jornalista do Grupo SOICO e actual Assessor de Imprensa no Ministério da Saúde (MISAU); e Francisco Mandlate, jornalista do Grupo SOICO.

 

No fim da lista, a instituição sublinha: “findo o prazo acima referido, o FFH-FP reserva-se no direito de desencadear outros mecanismos que se reputar necessários e convenientes, para salvaguardar os seus interesses”.

 

Refira-se que a convocatória vem pouco dias depois de o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho de Rosário, proceder à entrega de 64 apartamentos que fazem parte de um lote de 160 casas em Zintava, distrito de Marracuene, província de Maputo, no âmbito do projecto “Habita em Zintava”.

 

As 64 casas custaram mais de 247 milhões de Meticais e foram construídas em 12 meses. Os mutuários das casas do tipo dois irão pagar mensalmente em 20 anos, 16.936,1 Meticais e os do tipo três irão pagar por mês 19.373,99 Meticais pelo mesmo período.

 

Olhando para esses valores, percebe-se claramente que o custo das casas erguidas pelo FFH é deveras elevado e isto pode estar a influenciar no cumprimento do pagamento, numa altura de crises que o país atravessa.

 

Sublinhar que, na sua convocatória, o Fundo de Fomento de Habitação (FFH) não revela o projecto cujos promitentes-compradores de casas/apartamentos não estão a honrar com os seus compromissos, porém, “Carta” apurou tratar-se dos apartamentos da Vila Olímpica, localizada no bairro do Zimpeto, arredores da capital moçambicana. (Evaristo Chilingue)

Fonte: Carta de Moçambique

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