A Confederação das Associações Económicas (CTA) mostra-se satisfeita com a decisão do Banco de Moçambique (BM) de reduzir a taxa de juro de política monetária. Entretanto, o vice-presidente do órgão diz que os empresários estão preocupados com a falta de divisas no país. O facto é que esta deliberação coloca Moçambique como sendo o único país em África em que o respectivo banco central reduziu as taxas de juro directoras em, pelo menos, mais de 3 por cento, facilitando, dessa forma, a aquisição de crédito.“Esta redução representa um acumulado ao longo do presente ano de 3,75 pontos percentuais e mantendo a consistência de declínio da taxa de juro. Diante deste facto, a CTA quer manifestar a sua satisfação e felicitar ao Banco de Moçambique por este contínuo esforço para melhoria das condições de crédito a economia”, congratulou Calunias.Em conferência de imprensa, Zuneid Calunias, lamentou o facto de o Banco de Moçambique ter ignorado a problemática da baixa disponibilidade de divisas no mercado moçambicano. Para a CTA esta situação pode estar associada ao desempenho das exportações e importações ou às medidas que o Banco de Moçambique tem vindo a tomar.“Se os grandes projectos canalizassem maioritariamente a sua receita de exportação para o mercado interno, então o défice da oferta de divisas estaria estimada em 10, contra os 75 por cento, sem os grandes projectos”, argumentou.“A decisão do banco de Moçambique (…) obrigando os bancos comerciais a demandarem mais divisas para suportar as importações de combustíveis. Esse rápido crescimento da procura de divisas por parte dos bancos comerciais não foi acompanhado pelo aumento das exportações”, acrescentou.Com isso, a CTA entende que não tem fundamento teórico e nem empírico para a manutenção da taxa de reservas obrigatórias em 39,5 por cento para moeda estrangeira, pelo que sugere que o Banco de Moçambique reavalie a sua posição e reduza esta taxa.A CTA propõe que o Banco de Moçambique, no lugar de manutenção de Reservas Internacionais Líquidas altas, comece a sinalizar ao mercado, injetando parte delas para que os bancos comerciais ganhem confiança e usem a sua posição cambial positiva para apoiar as empresas.