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O país entra, hoje, para o décimo oitavo dia consecutivo da campanha eleitoral, rumo às VII Eleições Gerais (Presidenciais e Legislativas) e IV Provinciais (do Governador e dos Membros das Assembleias Provinciais) de 9 de Outubro próximo, com os candidatos a Presidente da República a “digladiarem-se” no terreno e nas plataformas digitais à busca do voto.

 

Até esta segunda-feira, Daniel Chapo, candidato suportado pela Frelimo à presidência do país, era o único que já havia percorrido quase a metade das províncias de Moçambique, seguido pelos candidatos Venâncio Mondlane e Lutero Simango, tendo Ossufo Momade na cauda.

 

Com melhores recursos financeiros e com a máquina do Estado à sua volta, Daniel Francisco Chapo já percorreu, desde o arranque da campanha eleitoral, a 24 de Agosto, as províncias de Sofala, Tete, Manica, Zambézia e Inhambane, devendo entrar, amanhã, na província de Gaza.

 

Em cada uma destas províncias, o Secretário-Geral da Frelimo, que se faz transportar de um meio aéreo (helicóptero), em grande parte das suas deslocações, conseguiu escalar, por dia, pelo menos três distritos, orientando comícios de pelo menos uma hora e fazendo caminhadas de pelo menos 30 minutos.

 

Em todos os distritos escalados, Chapo tem prometido combater a corrupção, construir estradas, pontes, hospitais, escolas, para além de montar “grandes fábricas” para a geração de emprego e criar um banco de desenvolvimento. Nos seus discursos, Chapo promete fazer diferente do que vinha sendo feito pelos seus antecessores.

 

Por sua vez, Venâncio António Bila Mondlane, cuja candidatura é suportada pelo PODEMOS (Partido Optimista pelo Desenvolvimento de Moçambique) já esteve nas províncias de Maputo, Zambézia e Niassa, devendo escalar, hoje, a província de Cabo Delgado. Igualmente, já esteve na África do Sul em busca de apoio político e logístico para sua luta pelo Palácio da Ponta Vermelha.

 

No seu périplo pelo território nacional, Mondlane tem defendido, de forma reiterada, a ideia de que Moçambique precisa ser salvo, pois, “não é de um partido” e “nem de uma família”. Por isso, promete despartidarizar o Estado, descentralizar a gestão do erário, dando poderes às províncias para colectar e gerir o dinheiro dos impostos.

 

Já Lutero Chimbirombiro Simango percorreu, até ao momento, as províncias de Sofala, Zambézia e Niassa. Aliás, é o único candidato que já tirou alguns dias descanso (quatro) e que esteve uma semana a trabalhar na mesma província (Sofala).

 

Privilegiando o contacto interpessoal, Simango tem prometido aos eleitores reduzir os impostos, com destaque para o IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), de 16% para 14%, de modo a tornar acessíveis os produtos básicos. Também promete criar uma indústria farmacêutica, para além de reduzir os poderes conferidos ao Chefe de Estado.

 

Por seu turno, Ossufo Momade, que iniciou a sua maratona de “caça” ao voto no dia 01 de Setembro, isto é, com oito dias de atraso, percorreu, até agora, apenas as províncias do Niassa e Cabo Delgado, depois de curta passagem pela província de Nampula, concretamente, a sua capital provincial. Aliás, a província de Nampula é o próximo destino do Presidente do maior partido da oposição no país.

 

Empunhando sempre uma vassoura, Ossufo Momade tem prometido, na sua interação com os eleitores, combater a corrupção, o terrorismo e construir infra-estruturas económicas, com destaque para uma linha férrea de ligue o norte e o sul do país. Aliás, o combate à corrupção e ao terrorismo é o denominador comum nas promessas eleitorais dos quatro candidatos à Ponta Vermelha, garantindo, cada um deles, ter o remédio certo para cada uma destas enfermidades.

 

Este é, de forma resumida, o retrato do país, passados 17 dias desde o arranque da campanha eleitoral. Trata-se, até ao momento, de uma campanha pacífica, apesar de já ter registado pelo menos dois mortos e mais de uma centena de feridos devido aos acidentes de viação, envolvendo caravanas do partido no poder.

 

Igualmente, já houve registo de agressões físicas, envolvendo, na sua maioria, membros da Frelimo, Renamo e MDM, para além da destruição de material de propagada. Meios de Estado (sobretudo viaturas) continuam a ser usados pelos partidos nas suas campanhas eleitorais, com realce para Frelimo, para além da mobilização de professores para actividades políticas, resultando na paralisação de aulas. (A. Maolela)

Fonte: Carta de Moçambique

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