MAPUTO- “Este é o terceiro acordo que vou assinar. Será em Outubro ou Novembro, o mais tardar no princípio de Novembro”, afirmou Afonso Dhlakama, em entrevista ao Canal de Moçambique, publicada hoje. O líder da Renamo declarou que o partido está a negociar com cautela com o Governo moçambicano, para evitar um novo falhanço, depois do que aconteceu com os anteriores entendimentos entre as partes.”Tudo o que está a ser feito com o Presidente (Filipe Nyusi), estamos a ter cautela e não só, parece-me que ele próprio não quer ser igual aos outros e assumir compromissos que não vai assumir”, disse Afonso Dhlakama. A Renamo, prosseguiu Dhlakama, quer um acordo sobre pontos concretos das matérias em divergência, e o grupo de embaixadores convidados pelas partes para acompanharem as negociações deve estar atento.”Queremos coisas concretas e também estamos a alertar o grupo de contacto, para que abram os olhos, porque, no passado, foi um erro, motivámo-nos demasiado, quando assinámos acordos e não houve aqui o acompanhamento por parte da comunidade internacional”, frisou o líder do principal partido da oposição.Afonso Dhlakama reiterou que a Renamo exige a integração dos seus quadros nos postos de comando das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e a aprovação de um pacote legislativo que preconize a eleição directa de governadores provinciais. “O que está acordado (no diálogo entre as partes) é que o Presidente da República não pode anunciar a data das eleições em 2019 sem estes documentos estarem aprovados pela Assembleia da República, principalmente, para a eleição dos governadores”, sublinhou o líder do principal partido da oposição.O Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo encontraram-se no passado dia 06 do mês em curso num lugar não revelado em Gorongosa, num frente-a-frente não previamente anunciado ao país.Um comunicado emitido pela Presidência da República depois do encontro refere que os dois líderes se comprometeram a concluir até Dezembro as negociações entre o Governo e a Renamo para a restauração da paz. Apesar de Governo e Renamo terem assinado em 1992 o Acordo Geral de Paz, e um segundo em 2014 para a cessação das hostilidades militares, Moçambique vive ciclicamente surtos de violência pós-eleitoral, devido à recusa do principal partido da oposição de aceitar a derrota nas eleições.Em Maio, o líder da Renamo anunciou uma trégua nos confrontos com as FDS por tempo indeterminado, após contactos com o chefe de Estado moçambicano. [FM]

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